Ceará: 18 armas de fogo são apreendidas por dia em 2022

De janeiro a julho deste ano, 3.818 armas foram apreendidas no Estado. A maioria das armas apreendidas são revólveres e pistolas

17:54 | Ago. 09, 2022

Por: Jéssika Sisnando
Foto de apoio ilustrativo. Armas apreendidas no Ceará, na maioria, são pistolas e revólveres (foto: Divulgação/PMCE )

O Ceará teve 18 armas de fogo aprendidas por dia neste ano. Os números de janeiro a julho deste ano mostram que foram apreendidas 3.818 armas, um aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2021, esse número foi de 3.458. Os dados foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) nesta terça-feira, 9. 

Somente em janeiro, houve a apreensão de 511 armas, e em fevereiro foram 628. Em março, o número caiu para 620; quantidade ainda teve queda em abril, com 553 armas apreendidas, e em maio, foram 534. As reduções também aconteceram em junho e julho, com 493 e 479 armas apreendidas, respectivamente.

Em relação ao ano de 2021, houve aumento de 4% no número de armas apreendidas no mês de julho, que teve 479 armas apreendidas. No mesmo período do ano passado, foram 459 armas apreendidas, 20 a menos em relação a julho deste ano.

O comandante do CPRaio, coronel Kilderlan Nascimento, avalia os índices como positivos e afirma que estudos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que 76% dos homicídios são cometidos por armas de fogo. Apreensões de armas diminuem o número de homicídios e de roubos, conforme ele.

O oficial da PM cita investimentos do Governo do Ceará, que implantou o Agilis, um sistema de inteligência artifical, e a central de videomonitoramento da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops). 

Ele explica que é possível, por meio dessas tecnologias, identificar carros roubados e diversas situações que ajudam no trabalho das Polícias Militar e Civil, além de prevenir crimes por meio de abordagens de rua. Como o sistema é nacional, se o crime foi praticado no Rio Grande do Sul, o sistema identifica, conforme ele.

Além disso, o coronel Kilderlan destaca que seis mil policiais concluíram curso de qualificação de abordagem e tiro neste ano. "Este número de agentes de segurança qualificados tem um reflexo na rua, que impacta no número de apreensão de armas."

O comandante explica que por meio da apreensão de armas é possível elucidar homicídios, latrocínios e outros casos. "A Perícia Forense tem um trabalho de comparação balística, e essas numerações de armas são comparadas com projéteis que são encontrados dentro dos corpos das vítimas. A Pefoce tem atuado na elucidação das mortes", diz ele.

Como as armas de fogo entram no Ceará?

O coronel Kilderlan, do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio), afirma que a maior parte das armas apreendidas no Estado são revólveres e pistolas.

Uma parte das armas de fogo apreendidas no Ceará é furtada ou roubada de pessoas que possuem porte de arma de fogo. Outra parte vem de pessoas que possuem armas de fogo não legalizadas dentro de casa e que são subtraídas. Há ainda as armas dos profissionais de empresas privadas, que se tornam alvo dos criminosos.

De acordo com Kilderlan, armamento que chega ao Ceará vem ainda do Paraguai e entra no Brasil de modo terrestre. O oficial cita ainda outra ação usada por criminosos, que é a compra de armas airsoft, por meio da Internet. Quando esse armamento chega à casa de algum suspeito, com a ajuda de um armeiro, ele pode montar uma arma longa e criar um simulacro.

Por último, o oficial cita as armas totalmente artesanais, que são feitas em "fundo de quintal". "Somos surpreendidos por toneiros mecânicos que fazem uma arma artesanal, feia, que é similar a uma calibre 12", acrescenta.