Com baixo estoque de CoronaVac, Sesa recomenda priorizar crianças imunossuprimidas na vacinação
Prioridade deve ser aplicada até que o Ministério da Saúde faça o envio de novas remessas do imunizanteCom estoque de CoronaVac suficiente para atender apenas 24% do público na faixa etária de três a quatro anos, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) vai recomendar aos municípios cearenses que priorizem a vacinação de crianças imunossuprimidas. A orientação da pasta é válida até o Ministério da Saúde enviar novas remessas de vacina para a imunização de todo o público-alvo. No Estado, há 262,2 mil cearenses aptos a participarem da nova etapa da campanha de imunização. A reserva técnica da Sesa, contudo, é de 64 mil doses.
O quantitativo de vacinas da Secretaria, contudo, não inclui as reservas técnicas dos municípios. Para obter maior precisão do cenário, a pasta solicitou às prefeituras o envio de informações detalhadas sobre os estoques de CoronaVac disponíveis atualmente. Os municípios têm até esta quarta-feira, 20, para apresentarem os dados. Após o processo, o Governo do Estado vai distribuir a primeira remessa de vacinas, com 29 mil doses.
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A Sesa informou que outras 29 mil vacinas serão reservadas para a aplicação da segunda dose, já que o Ministério da Saúde ainda não deu prazo para o envio de lotes extras. "Devido ao curto prazo entre a aplicação da primeira e da segunda dose (28 dias), o Estado e os municípios devem reservar metade das suas vacinas para a segunda dose", informou a pasta estadual. Considerando essa metodologia de distribuição, a cobertura do estoque atual cairia de 24 para 12% do público-alvo.
O Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems) afirma que a maioria dos municípios cearenses tem estoques de CoronaVac insuficientes para iniciar a aplicação na faixa etária infantil. De acordo com o vice-presidente da entidade e secretário de Saúde de Pindoretama, Rilson Andrade, as Prefeituras "estão na expectativa do cronograma de distribuição de doses" da Sesa e do Ministério da Saúde.
A vacinação do público de três a cinco anos com a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última quarta-feira, 13. As crianças com cinco anos, no entanto, já podem ser vacinadas desde janeiro deste ano com o imunizante da Pfizer.
Capital X Interior
Em Fortaleza, onde a Secretaria de Saúde diz possuir estoque de CoronaVac suficiente para a cobertura vacinal da faixa etária, a aplicação das doses começou nesta segunda-feira, 18. Diferentemente da Capital, as duas maiores cidades do Interior ainda não têm previsão de quando começarão a vacinar o público. Tanto Juazeiro do Norte, na região do Cariri, como Sobral, na região Norte, estão sem disponibilidade de doses da CoronaVac em estoque para iniciar as aplicações. A informação foi confirmada ao O POVO pelas Secretarias de Saúde dos dois Municípios.
Em Sobral, mesmo com a incerteza em relação ao início da imunização no novo público, a Prefeitura abriu cadastro na plataforma VacinaSol para que os pais possam inscrever seus filhos nessa faixa etária. "Estamos aguardando as orientações do Ministério da Saúde, bem como as vacinas destinadas para esse público", informou a Secretaria por meio de nota.
A posição é a praticamente a mesma da Secretaria de Saúde de Juazeiro. A pasta alegou que a aplicação das doses depende do envio de novas remessas de vacinas pelo Ministério da Saúde. "Embora a vacinação para esta faixa etária tenha sido autorizada, ressaltamos que o Ministério da Saúde ainda não disponibilizou o envio das doses que serão utilizadas para atender o novo público-alvo", justificou.
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