Chikungunya no Ceará: mortes sobem para 16 em menos de um mês

Mais cinco óbitos foram registrados nas cidades de Barbalha, Juazeiro do Norte, Fortaleza, Boa Viagem e Nova Olinda

No Ceará, o número de mortes por chikungunya saltou de 11 para 16 entre as semanas epidemiológicas 20 e 23, que correspondem ao intervalo dos dias 21 de maio a 13 de junho. O cenário também representa uma alta de 45% no número de óbitos pela doença no Estado. As informações são do último boletim de arboviroses no Ceará, divulgado pela Secretaria da Saúde (Sesa) na última quarta-feira, 15.

Ao todo, mortes por chikungunya foram registradas em cinco municípios cearense: Barbalha (5), Juazeiro do Norte (5), Fortaleza (4), Boa Viagem (1) e Nova Olinda (1). As idades dos pacientes variaram entre 21 e 93 anos, sendo nove do sexo masculino.

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Dos 185 municípios cearenses, 132 registraram casos confirmados da doença, sendo que 15 apresentaram incidência alta e 11 muito alta. A maior concentração de incidência muito alta foi nas cidades de Abaiara, Barbalha, Brejo Santo, Farias Brito, Granjeiro, Icapuí, Jati, Pedra Branca, Penaforte, Porteiras e Santana do Acaraú. Além disso, 17 cidades apresentam casos de incidência média e 89 baixa incidência.

Ainda segundo o informativo, dos casos confirmados de chikungunya, 67,9% tinham de 20 a 59 anos, com média de idade de 40 anos; 62,9% eram do sexo feminino, apesar de o número de óbitos ser maior em pessoas do sexo masculino.

Cenário epidemiológico

Em 2022, o Ceará notificou 96,6 mil casos suspeitos de arboviroses, sendo 53,3 mil registros de dengue, 42,5 mil de chikungunya e mil de zika. Já o número de confirmações foi de 30,6 mil casos. Desses, foram registrados 12,6 mil por dengue, 17,9 por chikungunya) e 12 por zika. Em relação ao boletim divulgado no mês anterior, houve aumento de 41% nas notificações e de 74% no total de casos confirmados.

Conforme o boletim, em relação aos casos descartados, até o momento, observa-se que o percentual é de 34,8%, sendo 33,7 mil casos descartados, valor próximo ao do percentual de confirmados: 31,6%, que é equivalente a 30,6 mil casos. O informativo ainda aponta que número de casos notificados de 2022, comparado ao mesmo período do ano passado, teve um incremento de 337% (22.181). 

De acordo com a secretária executiva de Vigilância e Regulação em Saúde da Sesa, Sarah Mendes, dentre os casos confirmados das arboviroses, o que chama mais atenção são os casos de chikungunya.

“Quase 50% dessas notificações são dessa doença. É importante a gente reforçar o papel que a população tem na prevenção das doenças que são transmitidas pelo Aedes aegypti,” pontua a secretária, que complementa que 80% dos focos do mosquito estão nas residências das pessoas.

Confira os sintomas das arboviroses

Dengue

- Pessoa que tenha viajado, nos últimos 14 dias, para área onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a presença do Aedes aegypti, que apresente febre, usualmente entre dois e sete dias;

- Pessoa que apresente duas ou mais das seguintes manifestações: náuseas, vômitos, exantema, mialgia, artralgia (dor nas articulações), cefaleia, dor retro orbital, petéquias, prova do laço positiva ou leucopenia;

- Criança proveniente ou residente em área com transmissão de dengue, com quadro febril agudo, usualmente entre dois e sete dias, sem foco de infecção aparente.

Chikungunya

- Paciente com febre de início súbito maior que 38,5° C;

- Artralgia (dor nas articulações), ou artrite intensa de início agudo, não explicado por outras condições, sendo residente ou tendo visitado áreas endêmicas ou epidêmicas até duas semanas antes de início dos sintomas, ou que tenha vínculo epidemiológico com caso confirmado.

Zika

- Paciente com exantema maculopapular pruriginoso (manifestação cutânea);

- Pessoa que acompanha os seguintes sinais e sintomas: febre, hiperemia conjuntival/conjuntivite não purulenta, artralgia/poliartralgia (dor nas articulações), edema periarticular.

Matéria corrigida às 10h39 de 20/06/2022

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