Pais concordam com recomendação para uso de máscaras em escolas do Ceará

O POVO conversou com três mães de estudantes das redes públicas e privadas da Capital e do Interior. Para elas, a orientação é importante devido ao aumento de casos da Covid-19 no Estado

Diante do aumento de casos da Covid-19 no Ceará, a máscara volta a fazer parte do ambiente escolar. O uso do item de proteção está expressamente recomendado no decreto de isolamento social do Governo do Estado que começou a valer nesta segunda-feira, 13. Embora o documento não estabeleça obrigatoriedade, estabelecimentos públicos e privados de ensino acolheram a medida e sugerem o uso da proteção para alunos, professores e funcionários.

Mesmo antes da recomendação do Governo, o uso de máscaras nas unidades de ensino já era rotina para muitos estudantes cearenses. Embora o item tenha deixado de ser obrigatório nas escolas e demais ambientes fechados no dia 14 de abril, muitos pais decidiram continuar mandando seus filhos para as aulas com o equipamento de proteção.

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A microempresária Fernanda Vasconcelos, 30, mãe de dois alunos matriculados na rede privada da Capital, faz questão que os filhos utilizem o item facial desde o retorno presencial às aulas. “Nós nunca achamos que seria uma necessidade tirar a máscara, apesar de há um tempo atrás os casos terem diminuído bastante e de sermos todos aqui vacinados, menos a minha bebê, que ainda não estuda. O vírus continua circulando”, ressalta.

Para a mãe, a proteção é ainda mais necessária atualmente devido ao aumento de casos de síndromes gripais entre o público infantojuvenil. “Na escola eles ficam muito juntos, não temos como saber se as outras famílias também tentam manter um certo cuidado. Além de que é mais seguro para todos. O número de crianças gripadas está muito alto, infelizmente. As máscaras dão uma segurança maior. As crianças não reclamam de usar”, acrescenta.

A cozinheira Rosângela Menezes, 34, de Juazeiro do Norte, também concorda com a orientação para uso da máscara nas escolas. Ela diz que a sua filha, de 5 anos, ainda não está completamente protegida contra a Covid-19, em virtude de ter tomado apenas uma dose da vacina. “Eu conversei com ela e expliquei a importância e a necessidade de proteção individual e coletiva”, justifica.

De acordo com a mãe, na escola onde a filha estuda, a maioria dos alunos ainda não tomou o imunizante contra a Covid-19, condição que, para ela, aumenta a necessidade da utilização da máscara. “Isso é preocupante porque estamos em uma onda silenciosa de Covid que está afetando crianças, não se faz teste e a escola por exemplo desde o mês passado tem tido rodízio de crianças com síndrome gripal e respiratória”, explicou Rosângela.

Além dos estudantes, alguns professores e servidores mantêm o uso do equipamento de proteção dentro das unidades de ensino, ainda que não haja obrigatoriedade para isso. De acordo com a autônoma Izabelle Oliveira, 32, mãe de uma criança de 9 anos, matriculada na rede municipal de ensino de Fortaleza, a máscara nunca saiu por completo do ambiente escolar na instituição onde a filha está matriculada.

“Ela estuda na Escola Raquel de Queiroz, na Barra Ceará, e lá desde que liberaram a máscara, os alunos mesmo assim ainda continuaram a usar. E a diretora, coordenadora e os outros funcionários também não deixaram de utilizar”, contou. Outro hábito mantido na escola, segundo a mãe, é a aplicação de álcool em gel nas mãos dos estudantes, feita diariamente no início de cada turno.

A cautela das mães em relação ao uso da máscara tem uma explicação: o risco de contaminação pela Covid-19 em sala de aula ainda existe. Neste ano, segundo informações da Sesa, no Ceará foram registrados cerca de 7 mil casos da doença entre estudantes. Considerando os registros desde o começo da pandemia, o número chega a 33,2 mil.

Para reduzir as chances de contaminação, o número de imunizados precisa aumentar. Atualmente, a cobertura vacinal para a população entre 12 e 17 anos é de 97% em relação à primeira dose (D1) e de 83% para a segunda dose (D2). A vacinação desse público começou em agosto de 2021. Entre aqueles com idades de 5 a 11 anos, que começaram a receber as doses em janeiro deste ano, a cobertura é de 75,73% com a D1 e 48,5% com a D2. (Colaborou Marcela Tosi)

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