Ceará gasta R$ 20,5 milhões em internações por lesões de trânsito em 2021
No Brasil, os custos com acidentes são de aproximadamente R$ 50 bilhões por ano, considerando tanto os acidentes em rodovias como em áreas urbanas, de acordo com estudo do IpeaOs gastos com internações hospitalares devido a lesões de trânsito foram de R$ 20,5 milhões no Ceará em 2021, de acordo com dados divulgados em boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) no dia 25 de maio. O valor é 51,3% maior do que o registrado em 2015, desde quando o Estado apresenta altas sucessivas a cada ano. Até março de 2022, o valor gasto já ultrapassa R$ 4,6 mil.
A Sesa aponta que os acidentes de transporte terrestre ainda representam um custo alto para a saúde pública. A nível nacional, uma pesquisa de 2020 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estimou que os acidentes em rodovias e áreas urbanas custam cerca de R$ 50 bilhões por ano ao Brasil. Os custos hospitalares correspondem à segunda maior fatia desses valores, atrás do custo relativo à perda de produção.
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O Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), instituição responsável por propor uma nova gestão para o trânsito brasileiro, propõe a criação de uma lei que viabilize a cobrança administrativa dos custos com saúde e previdência social dos causadores de acidentes de trânsito com vítimas.
Em abril de 2021, o Senado Federal aprovou uma proposta de lei na qual o causador de um acidente de trânsito deverá ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS) o valor gasto no tratamento das vítimas, caso tenha estado sob influência de álcool ou outra substância psicoativa no momento do acidente. O projeto seguiu para análise da Câmara dos Deputados, mas ainda não foi votado.
O professor José Ademar Gondim Vasconcelos, docente do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), pondera que é necessário trabalhar o fator humano em relação aos acidentes de trânsito, com a realização de campanhas de conscientização, por exemplo. No caso dos motociclistas, público com maior índice de mortes no Estado e no País, o especialista analisa que há um risco muito grande. "Não há uma proteção proporcional à velocidade que as motos desenvolvem e muitos condutores não são habilitados", argumenta.