Aporte do mês de maio ainda não é relevante no cenário hídrico
Primeiros dias do último mês da quadra chuvosa no Estado ainda não causam grandes mudanças na situação hídrica do CearáA quadra chuvosa de 2022 se aproxima do fim no Ceará. Após os meses de fevereiro, março e abril atingirem um bom índice de precipitação, o mês de maio ainda segue muito abaixo de sua média histórica.
Até a manhã desta sexta-feira, 13, de acordo com os dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o volume de chuvas acumulado neste mês é de apenas 32,3 milímetros (mm), ou seja, cerca de 64% abaixo da normal climatológica mensal, que é de 90,6 mm.
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O baixo nível de precipitações durante este mês se reflete no aporte hídrico do Estado. De acordo com os dados da resenha diária realizada pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), entre os dias 1º e 12 de maio, os reservatórios do Ceará tiveram um ganho de 0,68% no volume armazenado.
"O mês de maio teve aporte, mas, no cenário geral, não mudou muito. Só teremos uma real situação do panorama do Estado quando o mês acabar e a Cogerh fizer o balanço de chuvas e aportes em cada região. Mas o cenário segue dentro do esperado e previsto pela Funceme", avalia Francisco Teixeira, secretário dos Recursos Hídricos do Estado.
Ainda de acordo com os dados da Cogerh, durante os 12 primeiros dias do mês de maio, o número de reservatórios do Estado que estão com capacidade acima de 90% dobrou, saltando de seis para 12. O número de açudes com nível abaixo dos 30% se manteve em 56, assim como o número de reservatórios em volume morto, 14, seguiu sem alterações.
Avaliando os dois extremos, durante os 12 primeiros dias deste mês da quadra chuvosa, o número de açudes sangrando caiu de 37 para 34. No momento, o Estado segue com seis reservatórios secos, a mesma quantidade que havia sido registrada no início deste mês.
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Questionado se o baixo aporte do mês de maio gera preocupações por ser o último mês da quadra chuvosa, o secretário dos Recursos Hídricos do Estado afirma que todo o Ceará é monitorado semanalmente pelo grupo de contingência, que, segundo Teixeira, avalia cada um dos municípios.
"Toda situação hídrica é monitorada, é realizado um trabalho com as mais diversas matrizes hídricas para garantir o abastecimento. Temos a garantia hídrica para o Estado, devido aos bons aportes (durante o restante da quadra chuvosa). Muitas regiões estão em situação confortável", afirma.
Até o último dia 12 maio, os reservatórios cearenses estavam com 37,26%. O número segue a previsão estipulada pelo secretário ainda no início do mês de abril, quando afirmou ao O POVO que o Ceará deveria chegar ao fim da quadra chuvosa com o volume acumulado entre 35% e 40%.
Mesmo que o atual nível de reserva hídrica do Estado seja o melhor desde 2013, algumas regiões ainda precisam de atenção. As bacias do Banabuiú (8,9%), do Curu (20,3%), do Médio Jaguaribe (21,5%) e dos Sertões de Crateús (23%) não registraram grandes acumulados em 2022.
"As Regiões do Sertão Central seguem preocupando pelos baixos aportes, mas seguimos numa linha de diversificação de matriz hídrica para garantir o abastecimento", garante Teixeira.
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Chuvas irregulares
Se algumas regiões do Estado sofrem com os baixos aportes, outras registram um grande volume de água, como a bacia metropolitana, que se encontra com 84,1% de sua ocupação total. Isso se dá pelo fato das precipitações não ocorrerem de forma homogênea no Ceará.
De acordo com Meiry Sakamoto, gerente de meteorologia da Funceme, as chuvas do mês de maio estão concentradas próximas à faixa litorânea. A especialista explica que isso acontece devido à influência, em algumas ocasiões, da proximidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
"Por isso, embora esteja chovendo em todo o estado, as regiões que têm recebido mais precipitações são as macrorregiões do Litoral do Pecém, Litoral de Fortaleza, Litoral Norte e Maciço de Baturité", esclarece Sakamoto.
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A gerente de meteorologia destaca que as chuvas continuarão ao longo deste mês, especialmente, em áreas próximas ao litoral. "Cria a expectativa para o cearense de que maio encerre com chuvas próximas à média histórica", afirma.
Sobre uma análise mais completa da quadra chuvosa de 2022, a especialista avalia que "as chuvas acumuladas no trimestre fevereiro, março e abril ficaram em torno da normal climatológica". Para ela, o período de chuvas deste ano reflete uma normalidade no cenário que o Ceará ocupa.
"Em algumas regiões, como o Litoral de Fortaleza, Maciço de Baturité e Cariri, as precipitações acumuladas ficaram acima dos valores médios mensais, refletindo a irregularidade na distribuição espacial das chuvas, característica no clima semiárido", completa.
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