Sema lança lista de mamíferos terrestres ameaçados de extinção no Ceará

Os pesquisadores ja haviam catalogado 128 mamíferos terrestres e 25 marinhos, 443 aves, 133 répteis, 57 anfíbios, além de 102 peixes continentais e 400 marinhos presentes na fauna do Ceará

21:06 | Abr. 12, 2022

Por: Juliete Costa
Lista Vermelha foi lançada em eventual nesta terça-feira, 12 (foto: Divulgação/Sema)

O Governo do Ceará, lançou, nesta terça-feira, 12, a "Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da Fauna do Ceará". Em evento realizado virtualmente, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) divulgou índice apenas com mamíferos terrestres. A ação faz parte do programa Cientista Chefe Meio Ambiente da Sema e da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). Confira a lista aqui.

Entre as espécies provavelmente extintas, estão a onça-pintada, o porco do mato, tamanduá-bandeira e a preguiça-comum. Já na categoria de criticamente ameaçados aparecem: o tatu-bola, o quati, o morcego e o esquilo, a cuíca-lanosa, a paca, a suçuarana, o veado-campeiro, o guariba de mãos ruivas e o rato do mato. Além destas espécies, 22 foram apresentadas com dados insuficientes para categorização na métrica de ameaça. Outros 68 animais foram classificados em situação menos preocupante.

O primeiro produto desenvolvido pelo projeto foi o inventário da fauna, lançado em 2021. O documento reúne as espécies existentes no Estado. Os pesquisadores catalogaram 128 mamíferos terrestres e 25 marinhos, 443 aves, 133 répteis, 57 anfíbios, além de 102 peixes continentais e 400 marinhos.

O secretário do Meio Ambiente, Artur Bruno, esclareceu que outros grupos ainda serão catalogados. “Posteriormente, outras listas, de outras ramificações da nossa fauna, como o dos mamíferos aquáticos, por exemplo, que deverá ser a próxima, também serão divulgadas”, disse.

O professor Luís Ernesto, coordenador do programa Cientista Chefe Meio Ambiente, da Sema e da Semace, explicou que a listagem é coordenada por pesquisadores de três instituições: Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Federal do Ceará (UFC) e a ONG Aquasis. “No corpo diretor, conta com sete coordenadores de táxon – unidade associada a um sistema de classificação científica de seres vivos – e três coordenadores gerais, todos professores e pesquisadores da Uece, UFC e Aquasis. O corpo total de analistas envolve centenas de pessoas das mais variadas instituições no Brasil e no mundo”, ressaltou.

Para essa lista de mamíferos, foram 18 instituições e mais de 30 pesquisadores envolvidos para reunir informações biológicas e ecológicas de mais de 120 espécies. O projeto de catalogação é coordenado pelo professor Hugo Fernandes, da Uece. Segundo ele, a listagem da fauna ameaçada de extinção são ferramentas essenciais para avaliar impactos e guiar políticas públicas.

“Trata-se de um marco divisor para a Ciência e a Conservação Ambiental do Ceará. Pela primeira vez em sua história, o Estado é contemplado com uma lista de animais ameaçados de extinção. Fruto de um trabalho de mais de dois anos, esse é um passo fundamental para indicar quais espécies devem ser priorizadas em termos de ações políticas, manejo e pesquisas científicas que possam diagnosticar e solucionar os impactos ambientais que ameaçam nossa fauna silvestre”, explicou Hugo Fernandes.

O professor explicou que após a publicação das listas vermelhas, as informações serão reunidas em um livro. O material contará com um índice de animais ameaçados nas categorias: mamíferos terrestres e aquáticos, aves, répteis, anfíbios e peixes. Em seguida, será elaborado planos de ação para evitar a extinção destas espécies.