Açudes recebem aportes consideráveis, mas situação ainda não é confortável, diz secretário
A expectativa é que a situação dos reservatórios melhor ainda mais nos próximos dois meses de quadra chuvosa, conforme o gestor
06:08 | Abr. 12, 2022
O secretário Francisco Teixeira, titular da Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará (SRH), disse que o cenário atual dos reservatórios cearenses "ainda não corresponde a uma situação confortável". A afirmação foi feita em entrevista, nesta segunda-feira, 11, ao jornalista Jocélio Leal, da Rádio O POVO CBN.
Segundo o secretário, o índice necessário para considerar o cenário seguro é de pelo menos 50% da capacidade total. Ele explica que, com esse quantitativo, é possível garantir água para todos os usos, tanto para abastecimento humano quanto agricultura irrigada.
Como forma de combater o uso descontrolado de água, o gestor aponta que a pasta implementou medidas para reduzir o volume, especialmente em relação ao agronegócio. “Temos duas exigências para desenvolver a agricultura: usar métodos de alta eficiência para a irrigação e criar culturas que não sejam tão exigentes de água”, pondera o gestor.
Teixeira destaca que é preciso haver um equilíbrio entre o consumo humano e a água destinada à produção. “A agricultura é algo de sobrevivência econômica para quem vive no sertão”, enfatiza.
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Nesta segunda-feira, 11, o volume de toda a rede hídrica cearense monitorada pela Companhia da Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) chegou a 31,9%, de acordo com dados divulgados na plataforma Portal Hidrológico. No início do ano, a porcentagem era de 20,73% da capacidade total, representando ganho de mais de 10 pontos percentuais.
Conforme resenha diária desta segunda, o Ceará tem 25 açudes sangrando e 59% com volume inferior a 30%. Desses, nove estão secos e 14 estão com volume morto (abaixo de 5% da capacidade total).
O Estado vem recebendo aportes significativos em alguns de seus principais reservatórios. Maior açude do Ceará, o Castanhão está com 17,63% da sua capacidade total, registrando o maior volume desde agosto de 2015 e o maior índice de aporte deste ano. Na sequência, o açude de Orós, localizado no centro-sul cearense, também tem apresentado índices expressivos, passando de 22% para 42% de sua capacidade entre o início deste ano e essa segunda-feira, 11.
Contudo, o reservatório de Banabuiú — principal para o abastecimento do Sertão Central — apresentou pequena variação desde o começo do ano, com volume alterado em menos de 0,1% e estacionando por volta de 8% da capacidade total. O secretário Francisco Teixeira aponta que sua expectativa é que a situação hídrica do Ceará melhore, caso chova com mais intensidade em abril e maio, e o volume nos açudes se aproxime dos 40% da capacidade total.
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