Resgates de cobras: Bombeiros já capturaram 922 serpentes este ano; saiba o que fazer

Na quadra chuvosa a quantidade de ofídios se multiplica em áreas urbanas e rurais. Ao avistar uma cobra, mantenha-se afastado e ligue para o 193

13:34 | Mar. 22, 2022

Por: Marcela Tosi
686 serpentes foram resgatadas no Ceará pelos bombeiros, em junho de 2024 (foto: Reprodução/CBMCE)

Desde janeiro, pelo menos 922 cobras foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE). Foram 452 ofídios em janeiro e 470 em fevereiro. A corporação ainda não tem dados consolidados para os mês de março, mas estima que de 60% e 70% de todos os animais resgatados são serpentes.

“Na roça, muitas pessoas não usam bota, luva e, quando limpam o terreno ou pegam em madeira não olham direito o local", explica o tenente coronel Giuliano Rocha. "Nas cidades, está se tornando comum se encontrar cobra em motor de carro”, ressalta o oficial.

O oficial recomenda que, ao avistar uma cobra, a pessoa deve se manter afastada e ligar para o 193. Até a chegada de ajuda, deve ainda manter a distância, isolar o local e, se possível, fotografar ou filmar o animal, dando zoom principalmente na cabeça da cobra para possível identificação em caso de picada.

Conforme o CBMCE, na quadra chuvosa a quantidade de cobras se multiplica em áreas urbanas e rurais, devido à maior incidência de seu principal alimento, o rato. Já entre julho e agosto, a grande presença de ofídios se deve ao período de acasalamento e reprodução.

Segundo a corporação, a maioria das vítimas de picadas de cobra no Ceará são homens entre 6 e 70 anos de idade e na zona rural. A ocorrência se dá principalmente entre 4h e 7 horas e entre 17h e 18h30min. Os locais de maior perigo são os ambientes úmidos ou próximos a cursos de água, com vegetação rasteira, escuros e fechados.

Os bombeiros destacam ainda que a serpente peçonhenta mais comum no Estado é a jararaca. Já a cascavel aparece mais em regiões secas, áridas e com muitas pedras. A cobra-coral é mais urbana e fica onde há muito lixo, mas prefere local subterrâneo.

O que fazer para evitar cobras

  • Normalmente, as cobras só atacam um ser humano quando se sentem ameaçadas. Por isso, ao avistar uma cobra, desvie do caminho dela
  • Usar sempre um bastão ou vara longa para manipular objetos ou mato, lixo que possam conter algo escondido por baixo, de modo a manter-se distante em caso de um ataque de cobras
  • Manter o quintal limpo e não acumular lixo ou resto de materiais de construção
  • Não estacionar veículo próximo a mato, lagoa, lugar escuro ou úmido
  • Se estiver em um local que é conhecido por ter cobras, use botas de cano alto ou perneiras

O que fazer em caso de picada de cobra

  • Ligar para a ajuda por meio de um atendimento pré-hospitalar, através do número 193
  • O mais importante depois de uma picada de cobra é manter a pessoa e o membro que foi picado o mais parado possível; quanto mais se movimentar, mais o veneno poderá se espalhar pelo corpo pelo aumento da circulação do sangue
  • O ideal é que a vítima não caminhe e seja transportada por maca até ao hospital
  • Até chegar ao hospital ou até a chegada da ajuda, o que se deve fazer para melhorar as chances de salvamento: lavar o local com água e sabão, para limpar a ferida; manter o paciente deitado e o mais calmo possível; manter o paciente hidratado, dando pequenos goles de água a ele;

A maior parte das cobras no Brasil não têm veneno. No entanto, em qualquer caso é sempre importante ir ao hospital para informar as características da cobra e identificar se era venenosa ou não. Só assim é possível receber o tratamento adequado.

O que não fazer após picada de cobra

  • Não tentar sugar o veneno;
  • Não fazer um torniquete ou garrote apertado;
  • Não cortar o local da picada;
  • Não dar bebida alcoólica à vítima;
  • Não dar quaisquer medicamentos à vítima;
  • Não aplicar qualquer tipo de mistura caseiras sobre a picada. 

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