Suspeito de matar estudante cearense tem 2 passagens por violência de gênero

Mariana Thomaz Oliveira, 25, foi morta no último sábado, 12. Ela cursava Medicina em uma faculdade privada de João Pessoa

16:48 | Mar. 14, 2022

Por: Mirla Nobre
Mariana Thomaz Oliveira tinha 25 anos e cursava Medicina em uma faculdade privada de João Pessoa (foto: Reprodução/ Instagram )

O homem de 37 anos que foi preso suspeito de matar a estudante cearense, Mariana Thomaz Oliveira, 25, no último sábado, 12, em João Pessoa, na Paraíba, possui duas passagens pela Polícia Civil por violência de gênero. Conforme o delegado do caso, Rodolfo Santa Cruz, ainda há suspeita do envolvimento do acusado em golpes de criptomoedas nas redes sociais, o que teria resultado prejuízo para as vítimas no valor de aproximadamente R$ 4 milhões.

Em entrevista aos jornalistas Rachel Gomes, da rádio O POVO CBN, e Farias Júnior, da rádio CBN Cariri, nesta segunda-feira, 14, o delegado da Delegacia de Homicídios em João Pessoa informou que, em 2020, o suspeito havia sido preso e autuado em flagrante por violência de gênero, onde teria passado, aproximadamente, sete meses preso.

“Ele é uma pessoa que já tem passagem pela Polícia. Pelo menos duas medidas protetivas de urgência foram deferidas em socorro a duas vítimas, duas mulheres”, disse.

Devido ao histórico do homem, o delegado prevê que seja difícil o Tribunal do Júri conceder um habeas corpus para ele. O homem foi preso preventivamente pela Polícia Civil da Paraíba após a morte da estudante, natural de Lavras da Mangabeira, a 422 quilômetros de Fortaleza. Mariana foi encontrada morta com sinais de asfixia em um apartamento em João Pessoa, no qual o suspeito é proprietário.

Investigação

Segundo o delegado, após a morte da estudante, o suspeito chamou o Serviço de Atendimento Móvel Urgente (Samu) com a hipótese de que o corpo seria removido do local, o que não ocorreu. “O Samu acionou a Polícia. Foi solicitado perícia em local de morte. O perito já no local observou a existência de sinais assemelhados a equimose na altura do pescoço. Na madrugada, os legistas confirmaram que Mariana havia sido morta por esganadura, e por esse motivo ele (suspeito) foi conduzido e autuado em flagrante”, explicou.

As hipóteses da investigação, conforme o delegado, apontam que o homem teria convencido Mariana a ir ao apartamento dele. No local, ele teria tentado manter relações sexuais que não foram consentidas, o que teria motivado a esganadura contra a vítima. “Se houve violência de natureza sexual, a perícia também vai nos revelar e tudo isso vai dar subsídio para indiciamento final”, pontua Rodolfo Santa Cruz.

Ainda segundo o delegado, o homem negou autoria do crime. Rodolfo destacou que o suspeito possui semblante frio. “Ele negou autoria, negou tudo, negou que tenha assassinado Mariana. O que todos os policiais falaram, que participaram desse interrogatório, é que ele é uma pessoa extremamente fria”, relata.

A Polícia Civil da Paraíba tem um prazo de dez dias, a contar do último sábado, para concluir e entregar o inquérito ao Ministério Público. O delegado informa que agora a investigação está buscando apenas outros detalhes que possam fortalecer o inquérito da investigação para que o Ministério Público possa oferecer a denúncia e buscar a condenação no Tribunal do Júri.