Até 20% das armas apreendidas com criminosos no Ceará são adquiridas de forma lícita, afirma secretário
Secretário Sandro Caron afirma que, em 2021, o Ceará apreendeu mais de seis mil armasDe acordo com o secretário da Segurança do Ceará, Sandro Caron, cerca de 20% das armas apreendidas com criminosos no Ceará foram adquiridas de forma lícita, sendo depois roubada, perdida ou furtada. A porcentagem é referente ao ano de 2020. Em entrevista ao jornalista Jocélio Leal, da Rádio O POVO CBN, ele afirmou que a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) está rastreando as armas apreendidas para saber como a maior facilidade para aquisição de armamento impactou na segurança pública.
"Estamos aprendendo muitas munições, novas, e fazendo rastreamento, e vemos que muitas foram de maneira licita e acabam chegando nas mãos dos criminosos". No ano de 2021, de acordo com o secretário, o Ceará apreendeu mais de seis mil armas. “Nós estamos apreendendo em uma média de 15 a 20 armas de fogo por dia, nas mãos de grandes criminosos do Estado”.
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Conforme as informações do Monitor de Violência, elaborado pela Universidade de São Paulo (USP), em 2021, houve uma redução de 18% dos crimes violentos letais e intencionais no estado do Ceará.
Caron destacou que o maior desafio da segurança pública é a redução de homicídios. Além disso, o secretário relata que 90% dos assassinatos no Ceará têm como motivação disputas por pontos de vendas para tráfico de drogas.
Novas delegacias
Sandro também afirmou que até julho, o Estado deverá ter novas delegacias, algumas voltadas exclusivamente para a questão do tráfico de armas. O secretário também destacou que, das munições apreendidas, muitas foram adquiridas de forma lícita em outros estados do Brasil.
"Temos grupos criminosos no Ceará com presença até fora do Brasil. Estamos buscando interação com Polícia Federal. Estive em Brasília e conversei para trabalharmos essa questão do crime organizado como questão nacional", afirmou.
Crime organizado como um fenômeno nacional
O secretário informou que vem buscando uma interação com a Polícia Federal para atuação nacional. “Queremos trabalhar o crime organizado como um fenômeno nacional. O Ceará segue fazendo investigações e apreensões, mas é importante que haja uma repressão em nível nacional”.
“O que vinha acontecendo é que há repressão forte no Ceará, e 90% das lideranças saiam do estado se escondiam em outras regiões do País. Quando a gente pega as prisões feitas no ano passado pela Polícia Civil foram feitas em outros estados. A repressão ao crime organizado precisa ser nacional”, concluiu.
Atualizada às 11h10
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