Palivizumabe: imunizante garante proteção contra formas graves de vírus respiratório

Em crianças menores de dois anos, que pertencem a grupo de risco, como cardiopatas, com prematuridade extrema ou com doenças pulmonares crônicas, o vírus respiratório pode se apresentar da forma grave

14:38 | Fev. 16, 2022

Por: Danrley Pascoal
Criança sendo vacinada em crianças contra o vírus sincicial respiratório (foto: Jéssica Fortes - Ascom HM)

O palivizumabe é um anticorpo que apresenta atividade neutralizante e inibidora contra o vírus sincicial respiratório, muito comum nesta época do ano. De acordo com as orientações do Ministério da Saúde, a profilaxia com o palivizumabe é indicada para a prevenção de infecções respiratórias em crianças com maior risco de complicação da doença. O imunizante é oferecido gratuitamente pelo SUS aos bebês prematuros e portadores de doenças pulmonares ou cardíacas congênitas.

Em menores de dois anos, que pertencem a grupo de risco, como cardiopatas, com prematuridade extrema ou com doenças pulmonares crônicas, o vírus respiratório pode se apresentar da forma grave, trazendo complicações, como quadros de bronquiolite ou de pneumonia, necessitando algumas vezes de internação hospitalar por dificuldade respiratória aguda.

A cardiologista e coordenadora da Enfermaria Pediátrica do Hospital de Messejana, Isabel Cristina Leite, explica que o palivizumabe não pode ser considerado uma vacina. “Uma vacina você injeta microorganismo morto ou parte dele no organismo do paciente para produzir anticorpos. Com o palivizumabe, o que é injetado no paciente é o próprio anticorpo. Por isso, a gente não pode chamar de vacina”, disse.


Onde encontrar o medicamento

 

Em Fortaleza, o medicamento só é ministrado com prescrição médica e pode ser encontrado no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), além do HM. O Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, é Polo de Aplicação do Palivizumabe para a região.

“Algumas crianças têm a imunidade mais baixa, e a medicação vai proteger caso ela tenha contato com o vírus. O palivizumabe diminui o risco de contrair a forma grave da infecção. Por isso, seguir a recomendação médica e concluir o esquema de imunização são fundamentais para este grupo”, explica Isabel.

No Ceará, o vírus sincicial respiratório, o qual o palivizumabe combate, tem grandes índices de transmissão registrados durante o período de chuvas, ou seja, nos meses de fevereiro a junho. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda a aplicação de até cinco doses, com intervalos de 30 dias. 

“A imunização tem que ser feita uma vez por mês, durante o período de fevereiro a junho, para garantir que a criança fique todo esse tempo com o anticorpos. Esse esquema garante que as crianças estejam imunizadas no período chuvoso. Nessa época, há um número maior de infecções por esse vírus na nossa região. 

Orientações sobre atendimento


A médica Isabel Cristina diz que pais com filhos que precisam do palivizumabe são orientados desde o nascimento das crianças, ainda na maternidade, sobre a necessidade dos pequenos estarem protegidos contra o sincicial respiratório. Em alguns casos, Unidades Básicas de Saúde (UBS) orientam onde é possível encontrar o imunizante. Pais e/ou responsáveis pelas crianças com indicação de palivizumabe recebem o encaminhamento do médico e devem ser orientados sobre o acesso ao serviço.

Ela esclarece que o medicamento não pode ficar exposto por um longo período. Logo, o procedimento é feito apenas uma vez na semana com agendamento prévio. Os pais devem ligar para os locais que aplicam o palivizumabe e informarem-se sobre qual o dia da aplicação naquela unidade. No Hospital de Messejana, a imunização ocorre às terças-feiras.

Documentação necessária para ter acesso ao imunizante

Confira a documentação necessária para a imunização:

- certidão de nascimento ou declaração de nascido vivo (DNV);

- cartão nacional de saúde (CNS);

- comprovante de endereço atual;

- cartão do SUS; RG e CPF da mãe;

- relatório de alta ou último ecocardiograma, além de receituário indicando o uso do palivizumabe.