Praias do Icaraí, Cumbuco e Leste Oeste registram manchas de óleo
Sete cidades já registraram óleo nas praias em 2022 e cidades que ficam no litoral Leste ainda podem ser atingidas
11:46 | Fev. 09, 2022
Pelo menos 27 praias do Ceará já registraram manchas de óleo até esta quarta-feira, 9. Na tarde de terça-feira, 8, o material foi avistado nas praias do Icaraí e Cumbuco, em Caucaia, cidade da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Além delas, mais um ponto da Capital foi contaminado com óleo, a Praia da Leste Oeste.
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As informações são do pesquisador Eduardo Lacerda, do programa Cientista-Chefe, da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema). Conforme ele, as praias da região metropolitana ainda não são consideradas parte do Litoral Oeste, no entanto, as manchas de óleo podem chegar a atingir pontos desta região. O professor explica que os municípios já estão avisados sobre a possibilidade.
Isso acontece porque a corrente marítima está levando o óleo de leste para oeste. Por este motivo, apenas praias da região Leste foram atingidas, por enquanto. “O que sobrou, as correntes vão levar para os municípios mais distantes. Pode ser encontrado em São Gonçalo, depois em Paracuru. Os municípios do Litoral Oeste precisam ficar alertas”, afirma Eduardo Lacerda. Um novo alerta sobre a situação está sendo elaborado e deve ser divulgado pela Sema.
Limpeza das praias
Sete cidades do Ceará já confirmaram a presença de óleo em suas praias. A limpeza do material está sendo feita pelas prefeituras do Interior, segundo Eduardo. A Sema ajuda na articulação do processo. Já a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) fornece Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), tambores para armazenar o material coletado e a logística para a destinação desse óleo.
Origem do óleo ainda é estudada
Laudos sobre o óleo feitos pelo Instituto de Estudos do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará e pela Marinha do Brasil ainda estão sendo produzidos. No entanto, um laudo do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA) observou que o material não seria o mesmo que atingiu as praias do Nordeste em 2019.
Os pesquisadores baianos constataram que as amostras colhidas em janeiro se correlacionam com petróleo originado de matéria orgânica marinha. Isso quer dizer que o óleo pode ser fruto de uma perfuração para exploração por alguma companhia petrolífera, de um acidente provocado por navio que transportava o óleo ou de petróleo expelido do fundo do mar.