Alunos da rede estadual voltam ao ensino presencial com vacinação obrigatória
A adequação da estrutura das escolas e a compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para toda a comunidade devem ser realizadas para início da retomadaAs aulas das escolas estaduais do Ceará estão programadas para começar nesta segunda-feira, 31, em todo o Estado. O novo ano letivo será marcado pelos desafios sanitários do recrudescimento da pandemia do novo coronavírus, assim como pelas dificuldades de aprendizagem e evasão escolar decorrentes do período em que as aulas ficaram em formato 100% virtual. Com as medidas estabelecidas no decreto atual de enfrentamento à crise na saúde, todos os alunos devem retornar presencialmente para as salas de aulas.
A exceção é para os estudantes que não possuam o ciclo vacinal completo e não possam aderir integral ou parcialmente ao regime presencial, por razões médicas devidamente comprovadas em atestado ou relatório médico. Os estudantes que não tiverem o passaporte de vacinação receberão um prazo de 30 dias para apresentar o documento, ainda que seja apenas com a primeira dose. A volta às aulas em formato híbrido na rede estadual aconteceu em fevereiro do ano passado, quando 28% das unidades voltaram a ter atividades presenciais.
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Para o professor Enéas Arrais Neto, coordenador do Laboratório de Estudos e Qualificação Profissional da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC), a volta às aulas presenciais cumpre um anseio de toda a comunidade educativa. “O formato remoto é um processo doloroso para professores e estudantes. Ele cumpriu um papel e fez com que os alunos tivessem uma perda menor, ainda que com muita dificuldade para parte significativa dos envolvidos”, explica.
O especialista pondera que com o formato virtual se perde uma das principais virtudes do ensino presencial, que é o desenvolvimento pessoal dos estudantes. “A carga de conteúdo é muito valorizada, mas se ganha muito com a forma de relacionamento entre as pessoas, que acontece somente no ensino presencial”, enfatiza. Ele argumenta que a partir de agora o ensino precisa se reinventar, em um processo que deve acontecer gradualmente.
Nesse novo ano letivo, a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) estabeleceu medidas sanitárias para garantir segurança aos estudantes. Entre elas, a adequação da estrutura das escolas, com compra de materiais necessários à higiene, limpeza e proteção no combate à Covid-19. A pasta adquiriu ainda Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para a comunidade escolar e atua para disponibilizar máscaras N95, PFF2 ou similares para os profissionais de educação dos estabelecimentos.
Reginaldo Pinheiro, vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos lotados nas Secretarias de Educação e de Cultura do Estado do Ceará (Apeoc), diz que a entidade acompanhará com rigor se os protocolos estão sendo cumpridos nas escolas e encaminhará os casos irregulares para as autoridades competentes. “Nós entendemos que a escola é um espaço relativamente controlável e seguro”, afirma, lembrando que a cultura de cuidados para o enfrentamento da pandemia está se fortalecendo na comunidade.