Dia da Visibilidade Trans: live debate visibilidade e orgulho no Ceará

Evento foi promovido pela Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos do Ceará e contou com ativistas e representantes de organizações da causa trans

Ocorreu neste sábado, 29, a "TransLive", para debater as demandas da população trans no Ceará. O evento foi promovido pela Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos do Ceará (SPS), em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans.

A live foi exibida pelo perfil do órgão no Instagram. Conduziram a transmissão Silvinha Cavalleire, coordenadora do Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues, e Samilla Marques, da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para LGBT, vinculada à SPS.

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No primeiro bloco, participaram Yara Canta, multiartista e coordenadora geral da Associação de Travestis e Mulheres Transexuais do Ceará (Atrac), e Andrea Rossati, presidenta da Atrac. Elas comentaram sobre os trabalhos da associação, e os percalços que seguem existindo para pessoas transfemininas.

Segundo Yara, o maior desafio da Atrac atualmente tem sido o apoio, inclusive financeiro. Ela pontuou que segue como dificuldade a falta de editais dedicados, que facilitariam a criação de projetos voltados à população trans. Ao ser perguntada que critérios usava para se definir a si mesma como pessoa, Yara destacou a categoria "filha", para lembrar que o apoio familiar é frequentemente negado para grande parte da população LGBTQIA+, e parte da superação deste problema está em mostrar exemplos de aceitação e relações familiares saudáveis.

Andrea, por sua vez, lembrou que é necessário um esforço conjunto da sociedade para visibilizar as pautas trans e compreender a importância de respeitar as demandas desta população. Ela lembrou que a superação da LGBTfobia passa, também, pela conscientização das pessoas que não estão neste grupo, que devem exigir medidas de combate às opressões, ainda que não sejam alvos delas.

O segundo bloco teve a presença de Joaquim Ferreira, coordenador estadual do Instituto Brasileiro de Transmasculinidade (Ibrat). Participou também Rogers Sabóia, membro da Associação Transmasculina do Ceará (Atransce) e supervisor técnico do Núcleo de Diversidade Sexual de Sobral.

Quando questionado sobre as principais demandas da população transmasculina no Ceará para 2022, Joaquim destacou a necessidade de separar o ambulatório especializado para pessoas trans no Ceará, o Sertrans, do Hospital de Saúde Mental, em Fortaleza. Joaquim lembrou que instituições desse tipo foram, por muito tempo, usadas para aprisionar pessoas LGBTQIA+, e que manter o ambulatório ligado ao hospital é também uma forma de violência.

Rogers trouxe a questão de que a transgenereidade foi retirada da categoria de transtornos mentais na 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID 11), cujo uso começou, de forma oficial, em 1º de janeiro de 2022. Ele considera a mudança uma vitória do movimento de pessoas trans em todo o mundo. Rogers pontuou também sobre a dificuldade de obter dados sobre esta população, em especial pessoas transmasculinas, para embasar a criação de políticas públicas.

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