Matrículas de alunos com deficiência no Ceará crescem 111% entre 2012 e 2020
Alunos com autismo foram os que apresentaram maior adesão à rede de ensinoO número de matrículas de alunos com deficiência no Ceará cresceu 111%. Entre 2012 e 2020, o número de alunos inscritos passou de 31,6 mil para 66,7 mil. Os dados fazem referencia ao informe publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), referente ao mês janeiro. O crescimento teria se tornado mais acentuado a partir de 2016, ano seguinte a criação do Estatuto da Pessoa com Deficiência.
A maioria desses estudantes foi atendida em classes comuns do ensino regular e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Segundo Luciana de Oliveira Rodrigues, autora do estudo e titular da Diretoria de Estudos Sociais, houve um significativo aumento de matrículas de alunos com deficiência intelectual, saindo de 14.433 para 45.365; 214% a mais. A categoria que apresentou aumento mais significativo foi a de alunos com autismo infantil, 3.717 para 14.082 matrículas, um crescimento de 279%.
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“Existem duas possíveis respostas para este fenômeno. A primeira é que este crescimento possa está relacionado a melhoria do sistema de saúde em diagnosticar precocemente as necessidades especiais das crianças e adolescentes. A segunda seria o nascimento de mais crianças nessas situações. Porém, neste estudo, não é possível chegar a uma afirmação sobre este assunto”, frisa a titular da Instituição.
A rede municipal de ensino foi a que mais recebeu alunos com deficiência, já que foi responsável pela oferta da educação infantil ao ensino fundamental. Em 2012, essa rede atendia 23.994 alunos, o que representava 85,7% das matriculas total. Em 2020, no entanto, houve uma redução na sua participação, caindo para 78,8%, somando 51.674 estudantes com necessidades especiais. A rede federal, por sua vez, atendia somente 0,1% em 2012 e subindo para 0,2%, em 2020.
A rede privada, em contrapartida, apresentou redução no número de alunos. Em 2012, ela era responsável por 6,5% das matrículas dos alunos com deficiência, reduzindo para 5,9%, em 2020. A rede estadual de ensino foi a que apresentou a maior evolução. Em 2012, 7,7% dos alunos com deficiência no estado estavam matriculados nessa rede. Em 2020, ela era responsável por atender mais de 15% desses estudantes.
Em 2012, apenas 9,44% das escolas ofertavam atendimento para alunos com deficiência. Já em 2020, essa porcentagem passa a ser de 20,42%. No que diz respeito a profissionais qualificados para o atendimento desse jovens, houve ampliação de de 16,2% para 28,94%. O informe do Ipece ainda indicou uma redução de -68% nas classes especiais e escolas exclusivas para atendimento de pessoas com deficiência (PcD), saindo de 3.630, em 2012, para 1.156, em 2020.
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