Fotógrafo cearense produz ensaios subaquáticos e destaca importância da preservação ambiental

Ruver Bandeira é fotógrafo e professor de geografia. Como fotógrafo, produziu ensaios subaquáticos utilizando modelos em contato com a natureza no município de Bonito, em Mato Grosso do Sul (MS)

18:58 | Jan. 08, 2022

Por: Mirla Nobre
Ensaio produzido em Bonito, Mato Grosso do Sul, foi protagonizado por modelos que têm experiência em mergulho. O objetivo dos ensaios, em geral, é mostrar o contato homem com natureza de forma responsável (foto: Divulgação/Ruver Bandeira)

Ruver Bandeira, fotógrafo cearense e professor de geografia da rede municipal de Fortaleza, além de lecionar na rede estadual, também é destaque fora das salas de aula. O profissional realiza ensaios subaquáticos utilizando modelos em contato com a natureza no município de Bonito, em Mato Grosso do Sul (MS). Local que ele descreve como exemplo de ecoturismo e preservação ambiental.

Em entrevista ao O POVO, nesta sexta-feira, 7, Ruver conta sobre as riquezas do contato com natureza em Bonito e a importância da preservação ambiental na região, assim como em outros locais pelo País para manter a natureza próxima do ser humano. O fotógrafo também destaca os ensaios subaquáticos produzidos por ele juntamente com uma equipe de profissionais.

Na produção, o que chama atenção, além do cenário, é a presença de modelos debaixo d'água alocadas em cavernas alagadas que são características do município. Entre eles, o Abismo Anhumas, que fica a 23 quilômetros de Bonito, e é um dos maiores polos de ecoturismo da América do Sul.

De acordo com Ruver Bandeira, a preservação em Bonito é algo notório não somente pela iniciativa privada, mas principalmente pela população local e iniciativa de órgãos públicos. “Bonito de forma geral tem um cuidado com a preservação. Há pontos de lixo, há a preservação da própria população em se preocupar a colocar o lixo no local adequado, de não matar um animal, de não matar um peixe. Você vê essa preocupação com a natureza. Você respira preservação!”, conta o fotógrafo.

Com quatro visitas acumuladas à região de Bonito, o professor de geografia destaca as principais riquezas vistas no local. “Eu vejo a fauna e a flora riquíssima, em qualquer ambiente que você esteja. Em qualquer lugar simples, você pode se deparar com dez a 12 papagaios, araras do seu lado, você passa por um lado e vê um pica-pau, que está ameaçado de extinção, você um tamanduá bandeira perto de você, você ver no lago um Jacaré. Então, o contato que você tem, essa riqueza que você tem de contato com a natureza é muito grande”, pontua.

Ruver Bandeira aponta que essa possibilidade do contato com o ambiente, por meio dos animais, está ligada a preservação que o local realiza. “Você entra no rio é entupido de peixes, do seu lado é peixe barruando em você, mas você me pergunta o porquê? É porque existe essa preservação. Em outros locais, o pessoal pesca tudo e mata tudo e não tem nada. E lá você ver é impressionante. É algo formidável”, disse.

Ainda conforme o professor, no local, existem muitos guias. “Além dos guias locais, existem as agências, mas o importante nesse ponto é que tudo em Bonito é guiado, justamente para manter a preservação do ecoturismo da região. Buscando proteção tanto do local, como de quem visita”, informa.

Ensaios subaquáticos

Os registros, que mostram as belezas naturais do local, foram protagonizados por modelos que têm experiência em mergulho, disse o fotógrafo. O objetivo dos ensaios é mostrar esse contato homem com natureza, de forma responsável, sem agredir o meio ambiente. O resultado dessa combinação são fotos que dão efeitos de flutuação e sensação que se pode caminhar sobre as águas cristalinas. Na produção, a equipe é composta pelos modelos Iago Bernardo, Paula Correa e Jescika Lemes e o assistente Alexandre Custódio.

Entre as produções realizadas, Ruver destaca a experiência no Abismo Anhumas. Para entrar no local, as pessoas tem que passar por uma uma rachadura, uma frecha de uma entrada, com auxílio de um rapel de 72 metros de altura. O fotógrafo explica que após isso, você chega a uma base de platô, que fica acima da água e lá é realizado um mergulho até 20 metros de profundidade.

Ruver explica que existe realmente um abismo que dá nome ao local. “Existe um abismo com até 80 metros de profundidade, e que tem ossadas de animais, animais atuais como tamanduá, assim como ossada de animais pré-históricos, que inclusive foi o pessoal da NatGeo para lá para poder fazer a retirada dela”, destaca o professor.

Nas fotos produzidas por Ruver, os modelos deixaram de lado roupas de mergulho e optam por trajes casuais, como roupa de banho e até calça jeans. As imagens podem ser vistas por meio das redes sociais do fotógrafo. Lá, o professor compartilha, além dos ensaios com modelos debaixo d'água, como imagens das riquezas dos ecossistemas em Bonito e em outras regiões.

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