Mais lidas de 2021: Nasa investigará asteroides descobertos por cearenses
Investigação científica mostrou evidências sobre a existência de possíveis corpos celestes até então desconhecidos. No dia 16 de agosto de 2021, O POVO publicou esta notícia, que entre as mais lidas do anoNo dia 16 de agosto de 2021, O POVO publicou uma notícia sobre um grupo de três estudantes cearenses da Universidade Federal do Ceará (UFC), que foram notados pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) após terem descoberto a possível existência de três novos asteroides em órbita no espaço. A matéria ficou entre as mais lidas do ano e você pode conferir novamente na Retrospectiva de 2021. Veja abaixo:
Um grupo de três estudantes cearenses que integra um programa de pesquisa em astronomia na Universidade Federal do Ceará (UFC) descobriu a possível existência de três novos asteroides em órbita no espaço. A hipótese surgiu após análises de imagens telescópicas mostrarem evidências de corpos celestes até então desconhecidos. Os resultados do estudo foram encaminhados para a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), que realizará uma investigação minuciosa para identificar as características e o potencial risco oferecido pelo aerólito à Terra. Caso a descoberta seja confirmada, um dos novos asteroides deve ser batizado de Paracuru, cidade do litoral oeste cearense, distante 87 km de Fortaleza.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O nome é uma sugestão da adolescente Yasmim Azevedo, 17, uma das autoras da descoberta. “É em homenagem à cidade natal de toda a minha família, meu lugar preferido no mundo”, explica a estudante. Além dela, outros dois colegas participaram da pesquisa: Lara Barbosa, 15, e Ricardo de Oliveira, 16, todos estudantes de uma escola da rede privada de Fortaleza. Sob a orientação do professor Ednardo Moreira Rodrigues, coordenador do GAS - Interestelar e do Observatório Astronômico Ferruccio Ginelli, da Seara da Ciência da UFC, eles analisaram os chamados pacotes de imagem do telescópio Pan-STARRS, localizado no Havaí (EUA). Na busca, Yasmim encontrou “três pontinhos” com todas as características de asteroides.
A partir de agora, o processo de investigação da Nasa vai identificar tamanho, órbita, trajetória e composição do possível corpo celeste. De acordo com a própria agência espacial, o processo pode levar de 3 a 10 anos. Somente após essa etapa é que será possível atribuir nomes aos asteroides.
A provável descoberta de novos corpos celestes por um grupo de estudantes cearenses se deu no âmbito do programa Caça Asteroides, realizado em parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e o International Astronomical Search Collaboration (IASC), Programa de Colaboração de Pesquisa Astronômica Internacional, da Nasa. Em cada edição do programa, estudantes de vários países são desafiados a analisar pacotes de imagens do espaço sideral e verificar a existência de possíveis asteroides ou outros objetos não identificados próximos à Terra.
Para o professor Ednardo Moreira, a possível descoberta dos novos corpos celestiais “mostra uma nova fase da era da astronomia, na qual estudantes do mundo todo podem colaborar no monitoramento de asteroides, inclusive podem descobrir asteroides potencialmente perigosos". Neste ano, o Caça Asteroides contou com a inscrição de pelo menos 700 equipes brasileiras.
O que são asteroides
Os asteroides podem ser classificados como rochas gigantes que circulam no espaço sideral. São corpos de estrutura metálica que orbitam em torno do sol, assim como os planetas, mas que possuem uma massa muito menor em comparação a eles. Ainda assim, o diâmetro de um asteroide pode alcançar centenas de quilômetros.
Caso se aproximem da Terra, podem provocar consequências devastadoras. Com em 1909, ano em que um asteroide com tamanho equivalente a um campo de futebol explodiu em nossa atmosfera. O impacto causou abalos que resultaram na destruição de área equivalente a 2 mil quilômetros quadrados na Sibéria.
Nos dias de hoje, a preocupação dos pesquisadores é com o Apophis, asteroide com cerca de 250 metros de diâmetro e 45 milhões de toneladas. Os especialistas estimam que o corpo celeste tem potencial para destruir facilmente uma grande cidade caso atinja a Terra. As possibilidades disso acontecer, felizmente, são mínimas, conforme os estudos.