Servidores estaduais da saúde reivindicam resposta sobre reajustes na área

Em ato realizado na manhã desta terça-feira, 21, manifestantes chegaram a convocar colegas para uma paralisação geral na próxima quinta-feira, 23, caso não recebam resposta sobre a reestruturação

Uma manifestação em Fortaleza realizada por servidores públicos estaduais da área da saúde exigiu uma resposta do Governo do Ceará em relação à reestruturação dos Planos de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). De acordo com os manifestantes, uma proposta foi enviada há mais de 60 dias, mas nenhum retorno foi dado por parte do governo. Ato ocorreu no cruzamento das avenidas Barão de Studart com Abolição, a cerca de 400 metros do Palácio da Abolição, local onde o governador Camilo Santana está reunido com os seus secretários.

De acordo com Carlos Franco, vice-presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Ceará (Sinfarce), a manifestação reuniu diversos grupos, como o sindicato dos Enfermeiros, dos Médicos, dos Fisioterapeutas, dos Assistentes Sociais, dos Odontólogos e do SindSaúde, que abrange a categoria de nível médio.

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"Depois de meses de negociação com a secretaria, conseguimos um projeto que diminui as perdas. Até agora não recebemos nenhuma resposta do governador. Estamos na última semana para o governo nos enviar alguma mensagem de rejuste", desabafa Franco.

O representante do Sinfarce diz que há uma insatisfação da classe com o governador, e o motivo seriam as recorrentes falas sobre os reajustes sem que as categorias envolvidas recebam uma resposta do que foi solicitado.

"Isso gera muita ansiedade nos trabalhadores, ficam dizendo que esse planos vão sair, estamos muito preocupados. A nossa preocupação é de que chegue uma proposta do governo para a Assembleia sem que tenha uma devolutiva para os trabalhadores", explica.

Durante o ato, Marta Brandão, representante do SindSaúde, realizou uma votação na qual ficou acertada uma paralisação geral dos servidores da saúde, durante uma hora, na manhã da próxima quinta-feira, 23. Uma manifestação será realizada em frente ao Hospital Geral Doutor César Cals, às 7 horas.

"Da sociedade, nós agradecemos as palmas, mas nós queremos valorização, e nossa valorização passa pelo reajuste salarial. Isso é uma falta de respeito com os trabalhadores da saúde", declarou Brandão.

De acordo com os manifestantes, durante seis meses de 2021, reuniões foram realizadas entre representantes da categoria e membros do Governo, é o que explica Ravenna Guimarães, presidente do sindicato das assistentes sociais.

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"Representantes das entidades sindicais sentaram com o governo, com a própria Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag), para fazer esse novo PCCS, ao final de todas essas rodadas de negociação, foi dito que o impacto financeiro estava muito elevado", relata.

De acordo com Ravenna, o Estado informou que o valor necessário para a reestruturação inviabilizaria a operação do PCCS. Com a negativa, a classe solicitou reajustes de 10% para os médicos, 20% para os dentistas, e 60% para os profissionais não médicos e não dentistas, mas eles não receberam nenhuma resposta até o momento.

"Abordamos nesta manhã o secretário Nelson Martins, e ele disse que não tem nada certo. Já tivemos uma reunião com o secretário Mauro Filho, e ele pediu um prazo de 40 dias para analisar o nosso projeto, já temos mais do que isso aguardando essa devolutiva", destaca. A representante alega, ainda, que os servidores tiveram direitos cortados durante os últimos anos, como as gratificações por plantão que foram diminuídas.

Neste mês de dezembro, o governador Camilo Santana confirmou que haverá melhoria salarial aos servidores do Estado em 2022. Entretanto, informou que a operação ainda está em fase de estudo, não confirmando se o reajuste irá cobrir a inflação.

O POVO procurou a Seretaria da Saúde (Sesa), a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado (Seplag) e a Casa Civil para questionar pontos sobre o andamento da demanda solicitada pelos servidores. A Sesa e a Casa Civil informaram, por meio de suas assessorias que, em breve, serão anunciadas, pelo Governo do Estado, informações sobre a revisão salarial de todos os servidores. Já a Seplag não enviou resposta até a publicação desta matéria.

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