Secretaria da Saúde identifica mosquito de transmissão da malária no Cariri
Casos confirmados da doença do Ceará são de pacientes oriundos de outros estadosA Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) divulgou que ao realizar atividade de coleta em campo no mês de agosto foi identificado na região do Cariri, no município de Jati, o mosquito Anopheles darlingi, vetor responsável pela transmissão da malária no Brasil. A doença não tem registros locais nos últimos dez anos no Ceará, e todos os casos até então no Estado são de pessoas co registro de viagens a regiões endêmicas.
No País, cerca de cinco espécies são importantes na propagação da malária: o Anopheles darlingi, A. aquasalis, A. albitarsis, A. cruzi e A. bellator. O monitoramento dos vetores das doenças infectocontagiosas é uma das medidas da pactuação do Plano Anual de Saúde 2021/2023.
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É o primeiro registro do vetor na região Sul do Estado. “Ressaltamos que a malária não é uma doença contagiosa, é necessária a participação de um vetor, que no caso é a fêmea do mosquito Anopheles (mosquito prego), infectada por Plasmodium, um tipo de protozoário”, afirma nota da Sesa.
Segundo a Sesa, os casos confirmados de malária no Estado não têm nenhuma relação com a descoberta. A pasta ainda descarta comparar a situação do Ceará com o cenário nacional.
“À princípio, não existe relação, pois até o momento, todos os casos registrados no Estado têm histórico de viagem a regiões onde a doença é endêmica. Portanto, ainda não temos transmissão local da malária. Não há registros de autoctonia, quando se adquire a doença no local onde se vive, nos últimos dez anos no Ceará. Não é prudente fazer comparações com os números nacionais que retratam a realidade de estados com transmissão autóctone da Malária”, informa.
Malária no Brasil
A malária é classificada como um grave problema de saúde pública no mundo e considerada uma das doenças de maior impacto nas populações dos países situados nas regiões tropicais e subtropicais do planeta, com grandes índices de mortalidade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 228 milhões de novos casos da doença foram notificados no mundo só em 2018, ocorrendo mais de 405 mil óbitos.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, 99% dos casos de malária surgem na região Amazônica, que é considerada a área endêmica do País para a doença. Compreendendo os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.
“Ressaltamos que nas áreas fora da região Amazônica (Ceará), mais de 80% dos casos registrados são importados dos estados pertencentes à área endêmica, outros países amazônicos, como os do continente africano, mas existe transmissão residual de malária em estados da região extra-Amazônica, principalmente em áreas de Mata Atlântica (SP, MG, RJ e ES)”, conclui a Secretária Estadual de Saúde.