Vacinação é incluída como tema transversal em escolas públicas estaduais

O crescimento do movimento antivacina, evidenciado durante a pandemia do novo coronavírus, tem preocupado especialistas. Em 2020, o Ceará não atingiu nenhuma das metas de vacinação infantil do calendário nacional

23:32 | Nov. 08, 2021

Por: Leonardo Maia
Shoppings de Fortaleza tem funcionado como posto de vacinação contra a Covid-19 (foto: Thais Mesquita)

O governador Camilo Santana (PT) sancionou na última sexta-feira, 5, a Lei 17.752 que inclui o assunto "vacinação" como tema transversal na grade curricular das escolas da rede estadual de ensino. A medida, de autoria do deputado Diego Barreto (PTB), foi publicada no Diário Oficial do Estado.

Apresentado na Assembleia Legislativa, a ideia da lei é trabalhar o tema abordando os efeitos do processo de vacinação no combate às diversas doenças já registradas ao longo da história. Além disso, manter o diálogo sobre a importância da imunização para proteger a saúde das pessoas.


Em 2020, o Ceará não atingiu nenhuma das metas de vacinação infantil do calendário nacional. O indicador é um importante elemento para que exista uma proteção coletiva da população, como foi evidenciado no caso da Covid-19. Em alguns casos, como a poliomielite, a imunização pode erradicar as doenças em um território.

Durante a crise na saúde, o Brasil também vê crescer a resistência a vacinas, o que é visto com preocupação pela Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm). Pesquisa do instituto Datafolha de julho deste ano registra que 5% das pessoas não se vacinaram e nem querem receber a dose e 1% disse não saber responder.

Para a SBIm, posicionamentos equivocados como o de Bolsonaro minam a confiança da população e servem como combustível para os que se negam a receber vacinas. Com a volta do sarampo antes mesmo da chegada da pandemia, o crescente movimento antivacina já tinha efeitos no Brasil. Considerado um modelo para o mundo pela capacidade de promover vacinação em massa, por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI), o país passou a registrar retrocessos. (Colaborou: Isabela Queiroz/Especial para O POVO)

(Com DW) 

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