Pessoas "influentes" procuram MP para pedir fim de investigação contra fraudes em licitações

Segundo o orgão, pessoas que se acham "importantes" ou "influentes" solicitaram que as investigações fossem arquivadas sem responsabilização

Investigações contra fraudes e desvio de dinheiro público em municípios cearenses sofreram tentativa de interferência. Segundo o Ministério Público do Ceará (MPCE), pessoas que se acham “importantes” ou “influentes” compareceram ao órgão e solicitaram o encerramento das investigações, ou seja, que fossem arquivadas sem responsabilização.

Como resultado, o MPCE deflagrou nesta quinta-feira, 23, a operação "Closing". São cumpridos 23 mandados de busca e apreensão em Fortaleza, Caucaia e Maracanaú. 

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A operação tem como alvo 15 pessoas, duas cooperativas e seis empresas, dentre elas três postos de combustíveis e duas locadoras de veículos. 

O POVO contato o MPCE a fim de obter detalhes sobre o ocorrido e aguarda resposta do órgão.

Operação Closing

A operação de hoje, chamada de "Closing", é o desdobramento de outra operação, a "Veniet", de 2018. Na ocasião, o MPCE apurou a existência de organização criminosa de Limoeiro do Norte que fraudava licitações e desviava dinheiro público.

A atual fase da investigação constatou a existência de outra organização criminosa que atua em fraudes licitatórias em outros municípios cearenses. Conforme o MPCE, o dinheiro ilícito é "branqueado" na compra de empresas (postos e locadoras) e de veículos. Os bens, entretanto, são registrados em nomes de parentes e amigos dos líderes da organização criminosa.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados porque o processo corre em segredo de justiça. Um ex-secretário de Saúde de um município do Ceará é apontado como um dos "laranjas" envolvidos no esquema.

Um casal de bancários é suspeito de fornecer seus nomes para o registro de veículos pertencentes à organização criminosa. Na investigação, foi identificado o registro de 16 veículos em seus nomes, a maioria veículos de luxo.

Um ex-diretor e o atual presidente de uma cooperativa também são apontados como “laranjas” dos líderes. O MPCE aponta que a cooperativa recebeu "milhões de reais dos cofres públicos e é anonimamente administrada por um dos líderes".

Atualizada às 11h25

 

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