Em oito meses, Ceará já realizou 80% do número de transplantes de 2020

Agora, é possível acompanhar os números de transplantes no Ceará por meio do painel na plataforma de transparência IntegraSUS

Até agosto deste ano, o Estado do Ceará já realizou 80,5% do número de transplantes que foram registrados em todo o ano de 2020. 904 transplantes de órgãos e tecidos foram feitos nesses oito meses contra os 1.112 procedimentos feitos nos 12 meses de 2020. Os números são do novo painel na plataforma de transparência IntegraSUS, divulgado nesta quinta-feira, 16, pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

A plataforma apresenta informações para o público relacionadas a transplantes de órgãos e tecidos no Estado. É possível acompanhar dados sobre pacientes efetivos, aqueles que realizaram a cirurgia para retirada de órgão para doação, ou potenciais, que, por meio de exames clínicos, apresentaram morte encefálica. Todos os números são consolidados mensalmente pela Central de Transplantes do Ceará.

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Entre os principais transplantes realizados no ano passado, está o de córnea (633). Este ano, esse tipo de procedimento continua sendo o mais realizado, com 587 já registrados no Ceará. Segundo a Sesa, a fila de espera está zerada desde dezembro de 2016.

O transplante de rim de pessoas falecidas, 178 em 2020 e 107 em 2021, o de fígado 179 em 2020 e 109 em 2021, além o de medula, 88 em 2020 e 62, seguem sendo os procedimentos mais realizados no Estado.

A coordenadora da Central de Transplantes estadual, Eliana Régia Barbosa, ressalta que a pasta manteve o programa ativo durante a pandemia, mesmo com a diminuição nos índices de doações e transplantes. Segundo ela, os números voltaram a subir entre os meses de maio e agosto com a “normalização na realização de todos os transplantes”, como pontua ela em nota.

Em março e abril, foram feitos 121 transplantes - 59 e 62, respectivamente. Só em maio, 125 procedimentos foram realizados. Se comparado com 2020, o número de procedimentos nessa mesma época do ano o número mais aumentou em mais de sete vezes, quando Estado teve apenas 17 transplantes em maio.

Os primeiros meses da pandemia afetaram muito os procedimentos: março (73), abril (18), maio (17) e junho (17). “É importante destacar o esforço de todas as equipes envolvidas direta e indiretamente no processo de doação e transplante, além da solidariedade do povo cearense”, pontuou a coordenadora.

Segundo ela, a disponibilização dos dados para o público vai ajudar para que as pessoas tenham conhecimento dos principais indicadores do processo de transplante, além de auxiliar pesquisadores em estudos e análises.

Central de Transplantes regula a lista dos receptores de órgãos e tecidos, recebe notificações de potenciais doadores com diagnóstico de morte encefálica e articula a logística para a realização da cirurgia de transplante possível. A distribuição dos órgãos doados, entretanto, acontece através do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, por onde são selecionados os receptores. Os órgãos doados vão atender primeiro a demanda local; caso não tenha um doador compatível, é feita uma notificação à Central Nacional de Transplantes (CNT), que distribuirá para outros estados, obedecendo critérios regionais e nacionais.

Como doar órgãos

Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre seu desejo e deixar claro que eles devem autorizar a doação de órgãos. Quando a morte cerebral acontece, há a perda irreversível das funções vitais que mantêm a vida, como a perda da consciência e da capacidade de respirar. Neste caso, o indivíduo pode ser um potencial doador de córneas, rins, fígado, coração, pulmão, pâncreas, entre outros órgãos e tecidos. 

Também é possível ser doador em vida, sem comprometer a saúde. Nessa situação, a pessoa doa tecidos, rim e medula óssea. Ocasionalmente, segundo a Sesa, também é possível doar parte do fígado ou do pulmão.

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