Em oito meses, Ceará já realizou 80% do número de transplantes de 2020
Agora, é possível acompanhar os números de transplantes no Ceará por meio do painel na plataforma de transparência IntegraSUS
18:52 | Set. 17, 2021
Até agosto deste ano, o Estado do Ceará já realizou 80,5% do número de transplantes que foram registrados em todo o ano de 2020. 904 transplantes de órgãos e tecidos foram feitos nesses oito meses contra os 1.112 procedimentos feitos nos 12 meses de 2020. Os números são do novo painel na plataforma de transparência IntegraSUS, divulgado nesta quinta-feira, 16, pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
A plataforma apresenta informações para o público relacionadas a transplantes de órgãos e tecidos no Estado. É possível acompanhar dados sobre pacientes efetivos, aqueles que realizaram a cirurgia para retirada de órgão para doação, ou potenciais, que, por meio de exames clínicos, apresentaram morte encefálica. Todos os números são consolidados mensalmente pela Central de Transplantes do Ceará.
Leia mais
Entre os principais transplantes realizados no ano passado, está o de córnea (633). Este ano, esse tipo de procedimento continua sendo o mais realizado, com 587 já registrados no Ceará. Segundo a Sesa, a fila de espera está zerada desde dezembro de 2016.
O transplante de rim de pessoas falecidas, 178 em 2020 e 107 em 2021, o de fígado 179 em 2020 e 109 em 2021, além o de medula, 88 em 2020 e 62, seguem sendo os procedimentos mais realizados no Estado.
A coordenadora da Central de Transplantes estadual, Eliana Régia Barbosa, ressalta que a pasta manteve o programa ativo durante a pandemia, mesmo com a diminuição nos índices de doações e transplantes. Segundo ela, os números voltaram a subir entre os meses de maio e agosto com a “normalização na realização de todos os transplantes”, como pontua ela em nota.
Em março e abril, foram feitos 121 transplantes - 59 e 62, respectivamente. Só em maio, 125 procedimentos foram realizados. Se comparado com 2020, o número de procedimentos nessa mesma época do ano o número mais aumentou em mais de sete vezes, quando Estado teve apenas 17 transplantes em maio.
Os primeiros meses da pandemia afetaram muito os procedimentos: março (73), abril (18), maio (17) e junho (17). “É importante destacar o esforço de todas as equipes envolvidas direta e indiretamente no processo de doação e transplante, além da solidariedade do povo cearense”, pontuou a coordenadora.
Segundo ela, a disponibilização dos dados para o público vai ajudar para que as pessoas tenham conhecimento dos principais indicadores do processo de transplante, além de auxiliar pesquisadores em estudos e análises.
Central de Transplantes regula a lista dos receptores de órgãos e tecidos, recebe notificações de potenciais doadores com diagnóstico de morte encefálica e articula a logística para a realização da cirurgia de transplante possível. A distribuição dos órgãos doados, entretanto, acontece através do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, por onde são selecionados os receptores. Os órgãos doados vão atender primeiro a demanda local; caso não tenha um doador compatível, é feita uma notificação à Central Nacional de Transplantes (CNT), que distribuirá para outros estados, obedecendo critérios regionais e nacionais.
Como doar órgãos
Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre seu desejo e deixar claro que eles devem autorizar a doação de órgãos. Quando a morte cerebral acontece, há a perda irreversível das funções vitais que mantêm a vida, como a perda da consciência e da capacidade de respirar. Neste caso, o indivíduo pode ser um potencial doador de córneas, rins, fígado, coração, pulmão, pâncreas, entre outros órgãos e tecidos.
Também é possível ser doador em vida, sem comprometer a saúde. Nessa situação, a pessoa doa tecidos, rim e medula óssea. Ocasionalmente, segundo a Sesa, também é possível doar parte do fígado ou do pulmão.