Saiba quais são os principais sinais de alerta sobre a saúde mental de crianças e adolescentes

Em Fortaleza, unidade de saúde oferece atendimento para casos de psicose, transtorno de humor, TDAH, autismo e ansiedade entre crianças e jovens

15:09 | Set. 15, 2021

Por: Levi Aguiar
Atuação do Núcleo de Atenção à Infância e Adolescência oferece em atendimento gratuito para o tratamento de transtornos psiquiátricos que acometem crianças e adolescentes (foto: Reprodução/Secretaria da Saúde do Ceará)

O mês de setembro é escolhido para potencializar um alerta à população sobre a importância da prevenção ao suicídio e valorização da vida. Neste Setembro Amarelo, o Hospital de Saúde Mental (HSM) divulga com mais intensidade os serviços gratuitos de cuidados à saúde mental, desta vez voltada exclusivamente para o público mais jovem. O Núcleo de Atenção à Infância e Adolescência (Naia), vinculado ao HSM, oferece atendimento para o tratamento de transtornos psiquiátricos que acometem crianças e adolescentes.

Atualmente, o Naia atende cerca de 400 pacientes crianças e adolescentes, da Capital e do interior do Estado. Entre os principais casos atendidos, estão: psicose, transtorno de humor, TDAH, autismo e ansiedade. A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) informa que a unidade conta com uma equipe formada por psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, terapeuta ocupacional, pediatra e nutricionista. 

A psicóloga Juliana Sampaio, que atua no HSM, conta que uma das formas de expressão de alguns transtornos psicológicos é através da autolesão por parte da criança ou do adolescente. Juliana explica que a automutilação é um acontecimento que se define como dano provocado a uma parte do corpo pelo próprio indivíduo, geralmente com a intenção de aliviar uma dor emocional e reduzir a angústia, trazendo um alívio momentâneo dos sentimentos.

“O adolescente pode muitas vezes tentar disfarçar seus sentimentos e emoções quando passa por situações difíceis. Alguns deles encontram dificuldades em pedir ajuda ou falar sobre o problema, o que pode fazer com ele acabe se isolando”, pontua.

LEIA MAIS | 92% dos municípios não tiveram óbitos por Covid-19 nas duas últimas semanas

Quando deixaremos de usar máscaras no Brasil?

A psicóloga também lista alguns sinais importantes que devem ser considerados como alerta:

  • Geralmente, eles demonstram ansiedade e tristeza com bastante intensidade;
  • Irritação;
  • Agressividade sem motivo aparente;
  • Apatia;
  • Isolamento social;
  • Perda de interesse por atividades que antes costumavam praticar;
  • Falta de interesse pelos estudos e pela escola;
  • Uso de frases como: ‘preferia estar morto’, ‘sou um peso na vida das pessoas’, ‘eu queria dormir para sempre’, entre outras”

A recomendação da profissional é que apesar desses sinais de alerta serem muito importantes como forma de identificar situações de preocupação, a melhor maneira de descobrir se há um sofrimento emocional mais grave é conversando e perguntando diretamente ao adolescente.

A psiquiatra da Infância e Adolescência do HSM, Letícia Cavalcante, orienta a família a observar as mudanças comportamentais dos filhos. “A qualquer sinal de que algo está inadequado no comportamento deles, seja por autolesão ou ideação suicida, há um alerta de que eles estão precisando de ajuda. Neste caso, não deixe o adolescente sozinho. Escute, apoie esse adolescente, levando-o para um acompanhamento médico e psicológico”.

Outra dica importante da especialista é a utilização de estratégias de enfrentamento para lidar com pensamentos negativos. “Incentive essa criança ou adolescente a fazer exercícios físicos, ouvir músicas, utilizar técnicas de respiração para relaxar, ler bons livros, fortalecer vínculos afetivos com a família e amigos, evitar uso de álcool e outras drogas e realizar tratamento adequado para o transtorno mental, sempre que for necessário”.

O Hospital de Saúde Mental possui uma emergência que funciona 24 horas, todos os dias, e atende os casos mais graves. O telefone para informações é: (85) 3101-4342/ 3101-4348. Já o atendimento remoto pode ser feito pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), por meio do número 188 ou pelo site www.cvv.org.br. O atendimento é realizado de segunda a sexta, das 8h às 17h. Para ser atendido, é necessário passar pela Central de Regulação.