Vacinação de crianças no Ceará está longe de atingir o ideal; cenário é de alerta

Para colocar as vacinas em dia basta a se dirigir a um posto de saúde com documento de identidade e, caso tenha, cartão de vacina

Pelo menos desde 2019, as crianças cearenses estão menos protegidas contra doenças que são evitáveis por meio de vacina. Isso porque cada vez menos pais e responsáveis estão levando os pequenos para receber as doses recomendadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Neste ano, nenhuma das vacinas destinadas aos menores de um ano alcançou a meta de cobertura vacinal no Estado. 

Para a maioria das vacinas infantis, a meta de cobertura vacinal (proporção entre aqueles que receberam a dose e o total de crianças) é de no mínimo 90%. Entretanto, no primeiro semestre de 2021, essa proporção entre os menores de um ano ficou entre 48% e 69%. A menor taxa é da segunda dose da vacina tríplice viral. Menos de metade das crianças receberam a dose necessária para reforçar a ação da vacina que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.

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"As baixas coberturas vinham sendo observadas já em 2019 e essa situação se agravou com a pandemia de Covid-19", afirma a orientadora da Célula de Imunização da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Kelvia Borges. "Outra questão que percebemos é que muitos pais dessa geração já nasceram em um momento em que doenças perigosas e de fácil transmissão já estavam controladas pelas vacinas. Com isso, acabam não tendo muita dimensão do risco da doença e da importância de vacinar."

Kelvia aponta que o baixo número de crianças vacinadas pode trazer um risco à saúde coletiva. "Essas vacinas protegem contra doenças que já estavam erradicadas no Brasil. Com a baixa vacinação algumas estão voltado, como o sarampo." Ela lembra ainda que a proteção iniciada cedo é para a vida toda.

Uma grande preocupação é que, como em 2020, o Ceará volte a não atingir qualquer meta do calendário nacional de imunização infantil. Por isso, Kelvia ressalta que durante o mês de outubro o Estado intensificará a busca ativa daquelas crianças que estejam com o calendário atrasado, bem como promoverá campanhas de vacinação e um Dia D de multivacinação no dia 12 de outubro.

Leia abaixo respostas a algumas das principais dúvidas quando o assunto é vacinação infantil:

Quantas vacinas as crianças com menos de um ano devem tomar? Elas agem contra quais doenças?

A Sociedade Brasileira de Pediatria indica que todas as crianças de até um ano devem receber pelo menos 29 doses de vacinas. São 13 imunizantes diferentes que protegem contra doenças como paralisia infantil, meningites, hepatites, pneumonia, otite, rubéola, varicela, caxumba e catapora. Todas são disponibilizadas gratuitamente na rede pública de saúde.

As exceções são as crianças prematuras ou com alguma imunodeficiência, que devem seguir recomendações próprias orientadas pelos médicos que as acompanhem

Veja o calendário básico de vacinação infantil: 

 

Meu filho perdeu a dose que é recomendada para a idade. O que fazer?

Para receber as doses, basta se dirigir o quanto antes a um posto de saúde com documento de identidade e a carteira de vacinação. Em Fortaleza, 116 postos estão disponíveis para atender a população (clique aqui para ver os endereços). 

Conforme a Sesa, todos os postos de saúde do Estado têm estoque suficiente de todos os imunizantes estipulados pelo PNI. 

Também é possível recorrer ao serviço de imunização nos Vapt Vupts dos bairros Antônio Bezerra e Messejana. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, mediante agendamento pelo site.

A atenção deve ser apenas com as crianças de até um ano?

Não. As vacinas e seus reforços são necessários desde o nascimento até o fim da vida. Algumas vacinas devem ser tomadas anualmente, como a da gripe, e outras em intervalos de tempo maiores. Em caso de dúvida, basta consultar um posto de saúde.  

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