Entenda importância da doação de medula óssea para pacientes com doenças hematológicas

Doação de medula óssea pode ajudar no tratamento da repórter cearense Marina Alves, diagnosticada com um linfoma

“No sentido mais literal que existe, doações que estão ajudando a salvar minha vida”. Essa é a mensagem que a repórter cearense Marina Alves, de 32 anos, compartilhou com aqueles que se sensibilizaram com sua situação. Recentemente, familiares e amigos começaram uma mobilização para criar uma rede de doadores de medula óssea à repórter, em tratamento contra um linfoma.

Marina já iniciou o tratamento e recebe diariamente bolsas de sangue e plaquetas, mas necessita de um transplante. As doações podem ser feitas, a pedido da família, no Fujisan, em Fortaleza. Para a doação, não é necessário fazer agendamento, basta informar o nome completo da receptora, Marina Alves Bezerra. Confira a publicação no final da matéria.

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Repórter Marina Alves recebe doação de medula óssea
Repórter Marina Alves recebe doação de medula óssea (Foto: Reprodução/Instagram)

Transplante de medula óssea

No geral, as pessoas que necessitam da doação de medula óssea são aquelas com doenças que comprometem a produção de sangue pela medula. "São aquelas pessoas com doenças hematológicas, que não têm cura além do transplante, como leucemias, linfomas e aplasia de medula óssea", informa Fernando Barroso, membro da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO) e médico do Hospital Universitário Walter Cantídio

No caso de Marina, em tratamento contra um linfoma, a doença é compreendida como um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, conjunto composto por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem essas células através do corpo, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer.

Além disso, a repórter passou por complicações neurológicas recentemente, segundo o seu marido Leandro Rabelo. "Ela está com a imunidade bastante baixa e não é possível ir para casa após as medicações da quimioterapia. A doação de medula óssea é o mais importante, mesmo com a conclusão do tratamento", afirma. 

Mas afinal, o que é a Medula Óssea? A medula óssea é a matriz do sangue e se localiza na parte interna dos ossos. Na medula óssea estão as células-mãe, ou seja, aquelas que dão origem aos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.

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De acordo com o médico Fernando Barroso, cerca de 25% dos pacientes têm a possibilidade de encontrar doador compatível entre os familiares. Caso não seja encontrado entre familiares, nos outros 75% dos casos, procura-se um doador compatível inscrito no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). 

Se houver compatibilidade, o doador é convocado para um exame de sangue mais detalhado. O doador será avaliado por um clínico para verificar o estado de saúde. "Para o doador, o processo é simples. 80% desse público doa pela própria veia do braço, e 20% a gente coleta diretamente da medula óssea."

Depois de um tratamento que destrói a própria medula, o paciente recebe as células doadas por meio de transfusão. Em duas semanas, a medula transplantada já estará produzindo novas células. Para realizar o cadastro do doador de medula óssea, é necessário:

  • Ter entre 18 e 35 anos;
  • Não ter tido câncer;
  • Apresentar documento de identidade.

Como ser um doador

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) é a porta de entrada para os doares: é necessário realizar o cadastro nos hemocentros e não é necessário realizar agendamentos. O Hemoce de Fortaleza tem a sua sede situada na avenida José Bastos, 3390. Para potenciais doadores de outras regiões do Estado, há também os hemocentros regionais, nas cidades de Sobral, Quixadá, Iguatu, Crato e Juazeiro do Norte.

"Para o paciente, você pode ser a única possibilidade de cura. Assim, quanto mais doadores registrados, maior a chance de encontrar um doador compatível", informa o Centro. Durante o cadastro, deverão ser fornecidos dois nomes e telefones de contatos para que seja possível localizá-lo, caso haja compatibilidade com algum paciente. 

O cadastro é único e o interessado em doar só precisa manter as informações pessoais atualizadas. Para isso, basta ligar para o Núcleo de Medula do Hemoce (85) – 3101.2288 ou enviar um e-mail para nucleo.medula@hemoce.ce.gov.br e informar que deseja atualizar seu cadastro. 

A atualização também pode ainda ser feita no site www.redome.inca.gov.br. O serviço de coleta das células é realizado pelo hemocentro cearense desde 2012 e conta com um cadastro de 210.000 mil pessoas no Redome. (Colaborou Isabela Queiroz) 

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