Peixes criados em cativeiro não provocam doença da "urina preta"; Ceará soma nove casos da doença

Doença é causada pela ingestão de uma toxina encontrada em algumas espécies de peixes e crustáceos, como o tambaqui, o badejo, a arabaiana, a lagosta e o camarão

17:59 | Set. 14, 2021

Por: Mirla Nobre
Conhecida como "doença da urina preta", síndrome de Haff é causada por uma toxina em alguns tipos de peixes e crustáceos; enfermidade não tem relação com larvas (foto: Reprodução/Pexels)

A Associação da Piscicultura Brasileira (Peixe BR) esclareceu, em nota, que peixes criados em cativeiros não provocam a Síndrome de Haff, conhecida como a doença da “urina preta”. No Ceará, nove casos suspeitos foram registrados e vêm sendo monitorados pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Amazonas, Bahia e Pará também possuem casos notificados da doença.

Entre as espécies criadas em cativeiro, a Peixe BR cita a tilápia e o tambaqui, ressaltando que, pelo fato de os animais serem criados profissionalmente em cativeiros, eles possuem segurança, e por isso não provocam a doença. A Síndrome de Haff é causada pela ingestão de uma toxina encontrada em algumas espécies de peixe e crustáceos contaminados, como o tambaqui, o badejo, a arabaiana, a lagosta e o camarão.

LEIA MAIS | Com 44 casos suspeitos e um óbito, Amazonas vive surto da doença da "urina preta"

 + Amazonas cria grupo para combater surto de doença da urina preta

De acordo com o pesquisador Roger Crescêncio, da Embrapa Amazônia Ocidental, não há nenhum registro de caso da doença que tenha como origem os peixes de cultivo. O cientista destaca que a contaminação ocorre em de origem desconhecida e que não foram criados em ambiente controlado. Em nota, a Peixe BR recomenda aos consumidores dar preferência a peixes de origem conhecida e que tenham sido criados em ambientes controlados.

Casos notificados no Ceará

Na última sexta-feira, 10, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) informou que subiu de dois para nove os casos suspeitos registrados da doença da “urina preta” no Estado. No início do mês de agosto, a Sesa investigava dois casos suspeitos após notificação feita depois de pacientes serem internados em decorrência do consumo do peixe da espécie arabaiana.

A pasta informou, em nota, que as amostras dos peixes contaminados foram enviadas para a pesquisa de toxina e que aguarda confirmação laboratorial. Em 2021, até 21 de agosto, dos nove casos notificados, quatro foram homens e cinco mulheres, com a idade média de 51 anos.

LEIA MAIS | Urina preta: origem, causas e sintomas da doença causada por peixes

Em ligação ao O POVO nesta terça, 14, a Sesa informou que está elaborando uma Nota Técnica sobre a doença da “urina preta” com previsão para divulgação do documento até a próxima segunda-feira, 20 de setembro. A Secretaria ressaltou que os exames laboratoriais sobre os casos suspeitos da doença ainda não foram divulgados.