395 feirantes da José Avelino já forneceram dados em ação da Prefeitura
O processo de levantamento das informações pela Prefeitura segue até o dia 3 de setembro. Nesta sexta-feira, 27, há extensa fila de comerciantes à espera de se cadastrarAtualizada às 13h12
No total, 395 feirantes da José Avelino já forneceram dados à Prefeitura de Fortaleza em ação de levantamento de dados das pessoas que atuam no comércio informal da região. A ação, que começou nessa quinta-feira, 26, é executada por meio de uma unidade móvel de atendimento da Secretaria da Municipal do Desenvolvimento Econômico (SDE), situada no estacionamento do Mercado Central. O processo segue até o dia 3 de setembro. O POVO esteve no local e ouviu os feirantes, que cobraram medidas adequadas do Prefeito de Fortaleza, José Sarto.
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Segundo a SDE, nesta sexta-feira, 27, até às 10h, 75 pessoas haviam fornecido informações à Prefeitura. Já no dia de ontem, início da ação, foram 320 comerciantes. Diariamente são disponibilizadas 400 fichas para o atendimento; sendo 200 pela manhã (a partir do horário de 7h50) e 200 fichas à tarde (a partir de 13h).O atendimento segue até às 17h. No entendo no sábado, 28, o atendimento será de 8h às 12h.
No local, há uma extensa fila de feirantes que esperam pelo atendimento. Alguns chegam sem saber do que a ação se trata.
"Aqui não está bom para feirante. Nós estamos esperando a regularização para continuarmos trabalhando e conseguir levar o que precisamos para casa, que é o pão de cada dia", ressalta a feirante Juliana da Mota, de 33 anos, enquanto espera na fila. A mulher trabalha há 8 anos na José Avelino.
A expectativa de Juliana é que haja regularização do trabalho dos feirantes o mais rápido possível. "É importante deixar a gente aqui, neste local, porque aqui é o foco das vendas. A população vem comprar aqui. A tradição é aqui. Se ele [Prefeito Sarto] elaborasse um jeito de organizar a todos, além de especular um horário [para a realização das feiras], daria certo para todos nós", finaliza.
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Quem também se queixou da insegurança e falta de organização foi Lucilene Medeiros, de 50 anos, que trabalha há 15 anos no local: "Eu vivo disso. Eu não tenho estudo, nem emprego. O prefeito precisa entender que a gente vive disso. A cada dia que passa o desemprego aumenta. Nós queremos organização e que nos deixem trabalhar. Ele poderia estabelecer um horário e todos nós respeitaríamos".
Lucilene também disse que não gostaria de viver mais em uma situação de "confronto". A mulher se refere ao que aconteceu na madrugada do dia 18 de agosto, em um confronto entre feirantes da José Avelino e a Guarda Municipal de Fortaleza que resultou na morte de Naison Abdenego de Sousa Barros, de 31 anos.
A ação faz parte da estratégia de um Comitê criado pela gestão municipal para dialogar com feirantes e visa fazer um diagnóstico da comercialização para propor soluções à área. Para o cadastramento é solicitado identidade, CPF e comprovante de endereço.
Ao O POVO, o Secretário Municipal de Governo, Renato Lima, disse que um grande problema da relação da prefeitura com os comerciantes, é que não há uma representatividade dos feirantes. "O levantamento serve para ter substância e estabelecer uma melhor comunicação com os envolvidos. Nós queremos um diagnstico completo de quem são essas pessoas, o que elas vendem e quais os dias em que elas estão frequentando as localidades", relata.