Projeto ambiental que atua essencialmente na costa do Ceará promove formação cidadã

Com o objetivo de aproximar jovens do meio científico, o projeto busca mostrar uma nova perspectiva sobre a comunidade e o meio em que eles pertencem, promovendo valorização cultural, práticas ambientalistas sustentáveis de proteção aos ecossistemas

Como forma de celebrar o aniversário de promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa 31 anos nesta terça-feira, 13, o Projeto Aves Migratórias do Nordeste (PAMN) mostra como o investimento no protagonismo juvenil pode mudar a perspectiva de uma cidade por meio de diversas ações realizadas. A iniciativa tem como objetivo aproximar jovens do meio científico por meio de pesquisa, apoio às políticas públicas e educação ambiental.

Através do PAMN, nasceu o Programa Jovem Cientista, promovido pela Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), em Icapuí, município do extremo leste do litoral cearense. A iniciativa busca mostrar a um grupo de jovens de 14 a 21 anos uma nova perspectiva sobre a comunidade e o meio ao qual eles pertencem, sendo uma das principais formas de promover valorização cultural, práticas ambientalmente sustentáveis e proteção de diversos ecossistemas da região em que residem.

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“Por meio do Programa Jovem Cientista, nós queremos aproximar o jovem da ciência, trazendo ele para campo, mostrando as aves que a gente trabalha, de forma que eles tenham um pertencimento à comunidade, sendo multiplicadores das ações ambientais. Queremos que eles virem guardiões ambientais da comunidade deles”, explica Felipe Braga, coordenador de educação ambiental do PAMN.

O Programa Jovem Cientista é uma das várias iniciativas espalhadas por todo o País que contam com o patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental, que contribui para fortalecer os direitos das crianças e adolescentes do Brasil. Ao todo, são seis jovens que recebem uma bolsa durante um ano, sendo cada um de uma comunidade diferente, possuindo também um projeto de pesquisa diferente. Além de serem trabalhadas questões de responsabilidade e cooperativismo, são abordadas questões de cidadania, igualdade de gênero, racismo, comunidades tradicionais etc.

A atuação do projeto é feita principalmente em Icapuí, além de Paracuru, Quixaba e Pecém. Dessa forma, as ações de educação ambiental, como guia de observação de aves, trabalho com marisqueiras e ciência cidadã, ocorrem ao longo da costa do Ceará e em parte da zona costeira do Rio Grande do Norte, totalizando pelo menos 14 municípios costeiros.

Como método de ensino, a arte se tornou uma aliada do programa, pois através de desenhos, músicas, teatro e poesias, os jovens conseguem aprender e fixar de forma mais rápida o que é ensinado. “A gente trabalha muito com a arte, porque ela ajuda a absorver melhor o conteúdo. Sai daquela história da escola, de ficar sentado em uma cadeira e escutando o professor falar, fazendo com que eles acabem agindo nesse momentos”, ressalta o coordenador.

Ainda, o programa busca fornecer, através de diversas atividades de formação, ferramentas que possam ser utilizadas futuramente pelos jovens na atuação de outros projetos de conservação ambiental e turismo ecológico sustentável. Além de desenvolver noção de cidadania e incentivar o trabalho em grupo através do cooperativismo.

“As atividades são desenvolvidas a cada mês com temáticas diferentes. Tem o mês das unidades de conservação, do projeto de conservação, da educação ambiental, de políticas públicas. Então, em todos esses meses, eles aprendem um pouco sobre isso, desenvolvendo, ao final de cada um, um produto relacionado à arte e educação. Além disso, cada um tem um projeto diferente, como procurar ninhos de aves ameaçadas de extinção, realizar a contagem de aves na região e por aí vai”, finaliza Felipe.

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