Pamella Holanda conta que agressões começaram durante gravidez: "Me arrastou pelo pescoço"
Ex-esposa de DJ Ivis revela que sofria agressões desde o ano passado, quando ainda estava grávida
19:10 | Jul. 12, 2021
Atualizada às 21h23min
Em sua primeira entrevista desde a repercussão dos vídeos em que aparece sendo agredida por DJ Ivis Araújo, a influenciadora digital Pamella Holanda disse nesta segunda-feira, 12, que passou a ser violentada física e psicologicamente pelo cantor ainda em 2020, poucos meses antes do nascimento da filha do casal. “A primeira vez que ele me agrediu foi quando eu estava grávida de cinco meses”, revelou Pamella em entrevista ao jornalista Léo Dias, do portal Metrópoles.
“Ele me pegou pelo pescoço e veio me arrastando pelo corredor até o sofá”, detalhou. Segundo a influencer, a agressão teria ocorrido após ela questioná-lo sobre suposta traição, suspeita que havia sido levantada por uma amiga que a enviou prints de conversas virtuais entre o músico e uma outra mulher. Desde então, segundo Pamella, a violência passou a fazer parte da rotina do casal. “Foram muitas [agressões]. Não era só fisicamente. Era verbalmente, psicologicamente. Eu vivia um terror psicológico”, confidenciou a mulher.
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Após meses de agressões, ela resolveu procurar a polícia no dia 3 de julho, dois dias depois de mais uma sessão de espancamento. “Ele tentou me estrangular dentro do banheiro. Pressionou minha cabeça na pia. Eu consegui sair para o quarto, ele veio atrás de mim me socando e dando chutes”, afirmou. Pamella conseguiu ligar para a polícia com a ajuda de uma vizinha, que a emprestou o seu celular, já que o dela tinha sido quebrado pelo marido durante a discussão. Os policiais foram até a residência do casal e levaram os dois para prestarem depoimento na Delegacia de Eusébio.
Como não havia situação de flagrante, já que o registro na Delegacia ocorreu 48 horas após as agressões, Ivis foi liberado depois da oitiva. No mesmo dia, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) concedeu medida protetiva para Pamela e a filha do casal, proibindo que o músico mantenha contato com elas. Segundo a Polícia Civil, os vídeos que comprovam as agressões, divulgados no último domingo, 11, não haviam sido apresentados na delegacia no dia em que Pamella procurou a unidade para prestar o Boletim de Ocorrência. Por conta disso, não foi possível efetuar a prisão do cantor.
Nesta segunda-feira, um novo inquérito foi aberto pela Polícia para aprofundar as investigações. O delegado responsável pelo caso, que não teve o nome revelado, convocou Pamella para depor pela segunda vez, já no início da noite de hoje. A partir desta terça-feira, 13, testemunhas e o próprio DJ Ivis também devem ser convocados para interrogatórios.
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Nas imagens divulgadas nas redes sociais, pelo menos duas pessoas presenciaram as agressões contra a influencer: a sua própria mãe e o motorista de Ivis, Charles Barbosa de Oliveira. Segundo Pamella, outras pessoas também chegaram a testemunhar atos de violência praticados pelo músico contra ela, mas ninguém tomou a iniciativa de intervir. “Absolutamente ninguém interferia nem com força física e nem com palavras. Tinham medo. A mãe dele disse que eu tinha que ficar calada, porque ele era assim mesmo e eu tinha que aguentar”, contou.
Em áudio divulgado poucas horas antes da entrevista com Pâmella ir ao ar, Charles negou que tenha se omitido diante das agressões, apesar dos vídeos mostrarem ele como testemunha ocular dos atos de violência. “As [discussões] que eu participei eu lembro de tudo, sei de tudo e muita coisa ali eu me meti, senão a merda tinha sido maior. Agora é fácil apontar, criticar e dizer que eu nunca fiz nada ou que fui omisso. Beleza, fui omisso, tranquilo! Vou responder pela minha omissão”, revelou o funcionário do cantor.
O motorista ainda afirmou que, em algumas ocasiões, chegou a ser lesionado ao intervir nas discussões. “E das vezes que eu me meti? E a tesoura que eu tomei? E a faca que eu tomei? Ninguém vê isso”, completou.
O POVO procurou a Polícia Civil do Ceará para saber quais serão os próximos passos da apuração, mas não recebeu resposta do órgão até o fechamento desta matéria.
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