Especialista destaca importância da criação de uma tarifa social para o gás de cozinha

Em quinze dias, o botijão de gás aumentou cerca de R$ 1,39 no preço médio repassado ao consumidor, sendo vendido a R$ 93,37 no Estado

O gás de cozinha, botijão de 13 kg do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), completou 15 dias de alta consecutiva no Ceará e encerrou a semana do último dia 26 de junho com preço médio de R$ 93,37. O valor representa a segunda maior média de preços entre nove estados da região Nordeste, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte, onde o botijão de gás é vendido a R$ 93,80. Em entrevista à Rádio O POVO CBN nessa quinta-feira, 1º, o sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) explicou que a melhor medida seria a criação de uma tarifa social, semelhante ao que acontece com a energia elétrica.

As informações dos valores fazem parte do mais recente levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que realizou consulta em 97 pontos de venda do Estado. Em quinze dias, o botijão de gás aumentou cerca de R$ 1,39 no preço médio repassado ao consumidor no Estado. A sequência de acréscimo acorreu após a série de aumento implementada pela Petrobras no ajuste de preços nas refinarias.

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Segundo Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do CBIE, 90% das famílias brasileiras cozinham com botijão de gás, se fazendo necessária a criação de uma tarifa social que beneficie famílias de baixa renda do País.

“O governo deveria criar uma espécie de tarifa social para o botijão de gás, da mesma maneira que existe para a energia elétrica. Atualmente, está passando um projeto na câmara estendendo essa tarifa social de energia elétrica para quem está no Bolsa Família, Cadastro Único etc. Por que não fazer isso no botijão de gás também? As camadas de baixa renda também poderiam ter esse privilégio”, explica o Adriano

A ideia, segundo ele, gira em torno da criação de um cartão que poderia ser fornecido às famílias cadastradas nos auxílios governamentais. Ele seria abastecido com metade do valor do botijão, permitindo que as pessoas beneficiadas paguem apenas a outra metade para realizar a compra do produto. Dessa forma, inicialmente, somente a população de camadas mais baixas seriam contempladas com a iniciativa.

“Eu acredito que a solução seria essa, porque, por exemplo, zerar o PIS e o Cofins do botijão acaba beneficiando o rico e o pobre, pois 90% da população cozinham com gás, mas o rico também cozinha. Só 2% das famílias brasileiras têm gás encanado em casa. Então, nós temos que fazer uma política social, porque senão a gente acaba beneficiando o rico também. A solução do botijão de gás, para mim, deveria ser implantada o mais rápido possível para essas pessoas”, esclarece.

Ainda segundo o diretor da CBIE, a solução seria essencial no atual momento de pandemia vivido, pois muitas famílias encontram-se em crise e desempregadas. “Se a pessoa não cozinha com gás, ela usa lenha, garrafa pet, pneu velho. Então, eu acho que deveria, sim, existir uma tarifa social do botijão de gás semelhante ao que acontece na energia elétrica”, reforça.

Confira aqui uma lista fornecida pelo O POVO com dicas simples para economizar o gás de cozinha.

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