Estudantes cearenses vencem primeiro Torneio Brasileiro de Debates do Ensino Médio

Quatro estudantes cearenses foram campeões do Torneio Brasileiro de Debates do Ensino Médio. A final foi disputada nesta sexta-feira, 28, de forma online, contra estudantes do Rio de Janeiro. A competição é organizada pela Associação Brasileira de Debates do Ensino Médio, composta por estudantes secundaristas e universitários do País. Ao todo, 164 alunos do ensino médio de 25 estados brasileiros participaram da competição.

Os vencedores tiveram que apresentar seu poder da argumentação em diversos temas, selecionados pela organização do evento, exercitando também a capacidade de discutir e convencer. Alguns dos temas eram informados aos competidores somente no momento das discussões. O assunto da final foi avisado nessa quinta-feira, 27, um dia antes do debate. Tratava-se de uma história fictícia de um sargento da Polícia Militar, morador da favela, que descobriu o envolvimento do chefe em um desvio de verba. Ele é "muito honesto e se identifica com os valores éticos da instituição".

No esquema de corrupção, orquestrado por líderes políticos e comandantes da Polícia, os criminosos embolsavam dinheiro da saúde e da educação. Após a descoberta, o chefe do PM (que tem dúvidas atrasadas e uma esposa grávida de gêmeos) ofereceu R$ 3 milhões pelo silêncio dele. A proposição do caso foi de que o policial deveria denunciar o escândalo nacional de corrupção. Por sorteio, a equipe cearense deveria argumentar em defesa da moção, e a equipe carioca em oposição.

Nos debates, os times eram formados por entre três e cinco estudantes, e as duas equipes eram sempre divididas entre o time de defesa e de oposição dos assuntos. A equipe campeã do Ceará é formada pelos estudantes Paulo Victor Rodrigues, 18, Penélope Mendes, 18, Gabriella Mendonça, 17, e Bruno Rodrigues, 17.

Para Paulo Victor, um dos vencedores da equipe cearense, a conquista representa superação ao longo do torneio. "Trazer o prêmio para o Ceará é dar prosseguimento a uma luta educacional, é quebrar estigmas criados em cima dos nordestinos, é poder quebrar paradigmas! Ademais, o torneio foi uma possibilidade de democratizar espaços de discussões não violentas, respeitando os ideais de todos e todas", explica. 

Segundo ele, a final contra o Rio de Janeiro foi muito acirrada, mas também foi uma possibilidade de os participantes compreenderem o contexto no qual os policiais militares estão inseridos. "Não obstante, conseguimos aprender muito com nossos oponentes. A preparação foi intensa e sempre baseada nos ideais morais do policial militar em questão, logo sempre buscamos seguir o raciocínio lógico em cima da honestidade, honra e diplomacia."

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De acordo com o estudante de Brasília Eduardo Vasconcelos Goyanna Filho, 18, um dos organizadores, os argumentos bem colocados mostram conhecimento sobre os temas e ampliam os horizontes de argumentação. “Escolhemos temas que envolvem educação, saúde, tecnologia, meio ambiente, segurança pública. É um torneio que coloca os jovens para debater sobre o que vivem na realidade deles”, informa.