Gegê e Paca: operação contra facção teve início após delação do piloto de helicóptero
Felipe Ramos de Moraes transportou os criminosos Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca. Ele fez uma delação premiada, que acabou dando início à Operação TempestadeA segunda fase da Operação Tempestade, que investiga a prática de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 700 milhões da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) iniciou após delação premiada do piloto de helicóptero Felipe Ramos de Moraes. Ele é acusado de ter transportado os criminosos Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, até uma emboscada que terminou com a morte dos dois, em Aquiraz, em 2018. A operação da Polícia Federal (PF), iniciada na manhã desta segunda-feira, 3, investiga empresas fictícias que eram usadas para movimentação financeira de dinheiro do crime.
Segundo a PF, a lavagem de dinheiro do crime organizado movimentou R$ 700 milhões nas contas dos investigados. Os dados analisados são do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A operação cumpriu quatro mandados de prisões preventiva e um de prisão temporária. Foram determinados, ainda, 22 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo (capital, Tietê, Guarujá), Rio de Janeiro e Brasília. As buscas estavam sendo feitas em residências, empresas e dois escritórios de advocacia. As informações são do portal G1.
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Foram identificados ainda alvos antigos de operações da PF, como a Operação Navalha, Operação Prato Feito e Operação Zelotes. A Operação Navalha teve início em 2006 e visava desmontar uma quadrilha que fraudava licitações de obras públicas. Já a Operação Prato Feito teve início em 2018 e tinha o objetivo de desarticular grupos criminosos suspeitos de desviar recursos da União, do dinheiro destinado à merenda em municípios dos estados de São Paulo, Paraná, Bahia e Distrito Federal e havia indícios de envolvimento de 13 prefeitos e quatro ex-prefeitos.
Já a Operação Zelotes iniciou em 2015 e apurava o pagamento de propina a conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para que multas aplicadas a empresas fossem reduzidas ou anuladas. Foi determinado o bloqueio de R$ 220 milhões e a interdição de atividade de um contador.
Essa ação da Operação Tempestade é a segunda fase da operação Rei do Crime, que descobriu que cerca de 50 postos de uma rede de combustíveis foram usados para legalizar o dinheiro vindo do tráfico de drogas e beneficiar o PCC.
Segundo a PF, a investigação possibilitou a identificação, a localização e o bloqueio do valor aproximado de R$ 30 milhões de reais. Foram identificados imóveis e veículos. Seis empresas foram interditadas por envolvimento no esquema criminoso.
A investigação apontou ainda um esquema de abertura de empresas fictícias, que eram utilizadas como “cortina de fumaça” para a realização de depósitos de valores em uma instituição financeira de fachada. O papel da instituição era o de providenciar saques dos valores e permitir a posterior entrega, em espécie, a terceiros com indícios de envolvimento em atividades ilícitas.
A investigação tramita na 6ª. Vara Criminal Federal de São Paulo, como segunda fase da Operação Rei do Crime.