Frota de ônibus começa a ser ampliada: veja imagens antes e depois e confira se lotação diminuiu

Nesta terça, 50 ônibus acrescidos à frota passaram a circular em Fortaleza. A partir do dia 17 de fevereiro, serão um total de 200 ônibus a mais na frota. O POVO visitou o terminal do Papicu antes e depois do aumento para ver o que mudou

07:28 | Fev. 10, 2021

Por: Alice Sousa
Terminal do Papicu na terça-feira, 9 de fevereiro, quando começaram a circular 50 novos ônibus na frota (foto: FCO FONTENELE)

Nessa terça-feira, 9, começaram a circular 50 ônibus a mais em Fortaleza. Até sexta-feira 12, mais 100 veículos serão acrescidos à frota. Outros 50 ônibus serão disponibilizados a partir do dia 17 de fevereiro, totalizando os 200 ônibus extras que circularão por 60 dias. De acordo com a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), a oferta dos ônibus acrescidos à frota será realizada nos sete terminais, dando prioridade às linhas com maior média de passageiros por viagem. A disponibilização dos ônibus será feita pelas empresas, de acordo com a demanda prevista pela Etufor.

Na última sexta, a equipe do O POVO foi ao terminal do Papicu para observar a situação da ocupação nos ônibus e ouvir a opinião dos usuários de transporte público sobre o serviço. Nessa terça-feira, com a frota começando a ser ampliada, a reportagem retornou ao local no mesmo horário para ouvir da população se percebeu diminuição da lotação corriqueira nos horários de pico.

Maria Inês, 64 anos, sai do Castelão por volta das 6 horas da manhã para ir até a Aldeota, onde trabalha como diarista. Ela contou que pega quatro ônibus por dia. "De manhã eu esperei passar cinco ônibus pra poder pegar. Como sou grupo de risco e deficiente visual eu não posso me expor, mas mesmo assim estou correndo esse risco no ônibus." Fora o trabalho, ela conta que não está saindo para nenhum outro local e elogia o decreto implementado pelo Governo que estabelece restrições a atividades econômicas até o dia 17 de fevereiro. No entanto, apela por mais atenção para a situação da população que depende do transporte público. "Eu só saio pra trabalhar porque preciso, mas estou correndo o risco. Além do aperto, tem gente que espirra e tosse sem máscara em cima da gente também nos ônibus, infelizmente", desabafa Inês.

José Luis da Silva passa por dois terminais de ônibus para chegar ao Papicu, onde trabalha como auxiliar de ferreiro. Ele conta que até segunda-feira a situação era crítica. “Pessoal quando vai subir aqui só falta matar a gente. É um verdadeiro terror!”. José tem 62 anos e configura na população de risco para infecção pela Covid-19. De manhã, quando saiu de casa no bairro Bom Jardim para chegar ao terminal do Siqueira para, de lá, chegar ao do Papicu, ele disse que não percebeu nenhuma diferença em relação aos outros dias. "Você acabou de falar que aumentaram os ônibus, eu não sabia porque de manhã estava do mesmo jeito. Peguei ônibus lotado e entrei no empurrão, do mesmo jeitinho", relatou Luis.

A técnica de enfermagem Benedita Fernandes, 32, notou pouca mudança. Pela manhã, ao sair de casa no bairro Pici, ela disse que o distanciamento continua impraticável.

A Etufor ressalta a disponibilização pela Prefeitura, do Bilhete Único, modelo de integração entre os transportes coletivos que possibilita o pagamento de apenas uma passagem e evita o uso dos terminais. E também o aplicativo “Meu ônibus” (Android e IOS) que permite ao usuário saber o tempo previsto para a chegada do ônibus ao ponto de parada.