Abaixo do esperado, 59% das crianças são vacinadas contra paralisia infantil no Ceará
Ideal é que 95% das crianças sejam imunizadas
18:02 | Out. 31, 2020
Apenas 59% das crianças no Ceará foram vacinadas contra a paralisia infantil durante a Campanha Nacional de Vacinação, que começou em 5 de outubro e terminou nessa sexta-feira, 30. O ideal é que 95% dos das crianças de até 5 anos incompletos recebam a vacina contra a doença. A expectativa era de prorrogação da Campanha até 27 de novembro. Porém, o Ministério da Saúde afirmou que a estratégia não deve ocorrer.
De acordo com informações do DataSus, acessados na tarde deste sábado, 31, aproximadamente 303.112 crianças foram imunizadas no Estado. A meta é vacinar 510.895. Decompondo a quantidade já vacinada por idade: indivíduo com até 1 ano: 78.123; 2 anos: 77.748; 3 anos: 72.487, e 4 anos: 74.754.
Os dados são preliminares e os municípios têm até o fim de novembro para registrar as doses aplicadas no sistema de informações do Ministério da Saúde (MS).
Entre os estados brasileiros, o Amapá registrou a maior cobertura (76,4%). Em seguida vem Pernambuco (64%) e Paraíba (61%). A Unidade da Federação com menor percentual é Rondônia, com 17,3%.
A expectativa do MS é chegar a 11,2 milhões de crianças. No entanto, o número está longe de ser alcançado. Cerca de 55,9%, ou 6,3 milhões, ainda não foram vacinados contra a paralisia infantil no País.
Fortaleza tem 33% das crianças vacinadas contra paralisia
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 45.148 crianças menores de 5 anos foram vacinadas contra paralisia infantil, segundo balanço mais atualizado. No sistema do Ministério da Saúde, no entanto, consta apenas 40.496.
Na rede municipal, são ofertadas 14 vacinas para as crianças, sendo elas: BCG, hepatite B, rotavírus, pentavalente, pólio inativada, pneumocócica 10 valente, meningite C, tríplice viral, hepatite A, tetravalente, pólio oral, tríplice bacteriana (DTP) e febre amarela. Além disso, estão disponíveis cinco vacinas para os adolescentes: HPV, meningite C, tríplice viral, hepatite B e dupla bacteriana - difteria e tétano.
Por que manter a vacinação em dia?
Por meio da vacinação é possível evitar uma série de doenças preveníveis. O Brasil tem um programa nacional de imunização reconhecido como um dos maiores do mundo, como destaca o imunologista Edson Teixeira, do Departamento de Patologia e Medicina Legal da Universidade Federal do Ceará (UFC).
“Essas doenças prevenidas pelo programa têm que se manter em baixo nível de incidência ou zero. É fundamental que esse calendário seja atualizado porque as pessoas não ficam doentes, têm mais qualidade de vida e não precisam de medicamento ou internamento, que geram custos”, comenta sobre os benefícios da ação.
Na análise do especialista, manter as vacinas em dia é indispensável para manutenção do bem estar social de toda a comunidade. “Se vacinar não é um ato individual, mas coletivo, em prol da sociedade em geral”, completa.
Atualmente, conforme o Ministério da Saúde, são disponibilizadas pela rede pública de saúde de todo o País 18 vacinas para crianças e adolescentes no Calendário Nacional de Vacinação, para combater mais de 20 doenças, em diversas faixas etárias.