Secretaria da Segurança responsabiliza motim da PM por aumento nos números de mortes
Segundo a pasta, "paralisação ilegal", conforme destaca, foi determinante para forte elevação nos número de homicídio nos primeiros meses deste anoCorrigida às 14h19min
Após a divulgação dos dados do Anuário de Segurança Pública, na manhã desta segunda, 19, em que o Estado se destaca no aumento de 96% no número de homicídios no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) responsabilizou a paralisação de parte da Polícia Militar do Ceará pelo aumento.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O crescimento dos índices de criminalidade no Ceará, de acordo com a pasta, sofreu grande impacto “com o motim de parte de policiais militares”, informou, por meio de nota. Ainda de acordo com a SSPDS, somente os 13 dias de paralisação registraram 312 homicídios, média de 26 por dia. O diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, também destacou que o movimento de motim da Polícia Militar foi preponderante para esse cenário. "Foi quando esse movimento, se associando a uma reorganização das facções de base prisional, provocou um esvaziamento de um esforço (de segurança pública) que estava sendo feito. As polícias têm que refletir sobre como elas podem fornecer um serviço de qualidade e como os direitos dos policiais são legítimos, mas não podem estar dissociados dos números", avalia.
A nota da SSPDS traz o comparativo com o mês de setembro deste ano, quando foram contabilizados 252 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) no Ceará. “Cabe ressaltar que o motim interrompeu uma sequência de reduções que fizeram com que, em 2019, o Ceará obtivesse os menores índices da década em CVLIs - 50% a menos do que em 2018”, informa. A pasta frisa que trabalha para reorganizar a atuação e implementar novas estratégias e que, desde maio, o indicador de mortes violentas cai seguidamente.
LEIA MAIS| Após início das paralisações, 261 PMs já respondem a inquéritos por crimes militares
A SSPDS salienta ainda que, no acumulado do ano (janeiro-setembro), o Ceará registrou o segundo melhor resultado desde 2017, ficando atrás apenas de 2019. Em comparação a 2017, foi registrada uma redução de 17%, indo de 3.693 para 3.054 homicídios. Quando se trata de 2018, a retração foi de 13%, indo de 3.501 para 3.054.
A pasta frisa que foca nas ações de territorialização nas regiões onde são registrados os maiores índices de crimes contra a vida, além de atuar no fortalecimento da polícia investigativa nesses locais para coibir a atuação e a disputa entre organizações criminosas. Uma dessas iniciativas é o Programa de Proteção Territorial e Gestão de Riscos (Proteger), com 32 pontos na Capital e Região Metropolitana. A previsão é que mais 12 unidades sejam instaladas até o fim deste ano.
Por meio de estudo feito pela Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), órgão vinculado à SSPDS, são analisados 70 indicadores, como as estatísticas de homicídios dos últimos quatro anos, além dos indicadores socioeconômicos, que compõem o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) desses territórios. Com o envolvimento de instituições públicas e privadas, a Secretaria da Segurança trabalha em conjunto para a revitalização e urbanização dos locais, além de proporcionar projetos sociais com música e esporte, que atendam à população mais vulnerável.