Polícia Civil cumpre 33 mandados de prisão por crimes sexuais

Os condenados tinham mandados de prisão em aberto. A Polícia Civil cumpriu, ao longo do dia desta quinta, 70 mandados. Entre os criminosos estão duas mulheres

15:51 | Out. 15, 2020

Por: Angélica Feitosa
Coletiva divulga prisão de 31 pessoas já condenadas por abuso sexual (foto: divulgação/Polícia Civil )

Atualização às 19h44min

Com operação desencadeada às 5 horas desta quinta-feira, 15, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) prendeu 33 pessoas, alguns inclusive condenados, por crimes sexuais contra crianças e adolescentes  com mandados de prisão em aberto. A ação tem o objetivo cumprir 70 ordenamentos judiciais de detenção e aconteceu nas cidades de Fortaleza, Icó e Umirim, além de um mandado de prisão cumprido na Bahia de um homem fugitivo do Ceará. A maioria dos presos tem mais de 30 anos e tem relação de proximidade com as vítimas: são pais, padrastos, irmãos, avôs das vítimas. Entre os detidos estão duas mulheres.

Além dos mandados de prisão cumpridos no Ceará, a Polícia Civil solicitou apoio para o cumprimento de dois mandados de prisão de suspeitos que estariam escondidos no Estado da Bahia. “Existe uma integração muito boa entre as Polícias Civis do Brasil, principalmente aqui no Nordeste, por isso solicitamos apoio para a Polícia Civil baiana, que está em campo em busca dos foragidos”, explicou o delegado geral da PCCE, Marcus Rattacaso.

 De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, Marcus Rattacaso, alguns dos criminosos presos tinha reincidência no crime de abuso ou já tinham passagem pela polícia por delitos como furto ou roubo. “A maioria dos crimes de abuso sexual é praticado dentro do ambiente familiar. Os abusadores ou são parentes, pais, ou tem relação de confiança com a família”, aponta. Justamente por isso é tão fundamental que a família tenha coragem de noticiar o crime à Polícia. “A segurança pública é dever do Estado, porém é obrigação de todos e mais especialmente nesse tipo de delito, de crimes sexuais praticado contra crianças e adultos em ambiente familiar”, informa.

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O que o titular da Delegacia de Capturas e Polinter, Gustavo Pernambuco, percebeu durante as apurações é que não existe um perfil dos abusadores. Têm os mais variados níveis financeiros e profissões comuns como açougueiros e pintores. A maioria deles convive com as vítimas ou tem relação de proximidade dentro das famílias. “Os abusadores agiam dentro da casa das pessoas, que eram próximas a eles, ou são da própria família. Mas existe um caso específico de uma pessoa que convidava crianças e adolescentes para jogar videogame e promovia abusos”, pontua. Entre os crimes aos quais eles são condenados estão abuso sexual, sedução de crianças ou adolescentes, estupro de vulnerável e, em um dos casos, exploração sexual.

A operação contou com o apoio de 150 policiais civis, entre delegados, escrivães e inspetores e de todos os departamentos de inteligência a Polícia Civil.

Márcio Gutiérrez, diretor do Departamento de Polícia Judiciária Especializada da Polícia Civil, confirma que, todos os dias, a Decap e as outras delegacias dão cumprimento a mandados de prisão, mas que, dessa vez, houve uma união de esforços e foco nessa operação. "É um trabalho que vem sendo feito nos últimos dias para retirar de circulação essas pessoas que agiram contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes", explica.