Ondas de calor, que provocam risco de hipertermia, podem chegar ao Ceará? Saiba o que é a condição e como prevenir

Segundo o Inmet, esse índice aumenta o risco de incêndios florestais e de repercussões negativas à saúde, como o ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz

14:42 | Out. 07, 2020

Por: Ismia Kariny
Ceará está em alerta de perigo para baixa umidade relativa do ar. A região mais central do País, indicada pela cor vermelha no mapa, está em aviso de emergência para ondas de calor (foto: Reprodução/Inmet)

 

Temperaturas acima da média máxima provocam ondas de calor na região centro-oeste do Brasil.   Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o alerta de emergência não abrange o Ceará, que atualmente está em risco de baixa umidade. Contudo, o risco para ondas de calor no Estado não é descartado, considerado o período tipicamente seco, em outubro. Com o tempo mais quente, também aumenta as chances da hipertermia, que é a elevação da temperatura corporal. Entenda a condição e como ela afeta a saúde.

O alerta emitido pelo Inmet sobre as ondas de calor são referentes às regiões centrais do Brasil, em grande parte do Centro-Oeste e no estado de Tocantins. Para o Ceará, o Instituto divulgou aviso de perigo para baixa umidade, confirmado também pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Até pelo menos a quinta-feira, 8, a região centro-sul cearense pode ter valores inferiores ou iguais a 15% de umidade relativa do ar.

Segundo o Inmet, esse índice aumenta o risco de incêndios florestais e de repercussões negativas à saúde, como o ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. Para as regiões de alerta vermelho, onde há ondas de calor, as chances são mais graves, com risco de hipertermia, que pode levar até a morte.

Ceará tem risco de ondas de calor?

O meteorologista do Inmet, Heráclio Alves explica que, a princípio, as ondas de calor estão fixas na região central do País, e ainda não há risco de aumento da severidade para o Ceará. Conforme ele esclarece, para se configurar como o nível mais alto das categorias de alerta, é preciso que a região esteja 5ºC acima da temperatura máxima média para o mês, por dias cinco dias consecutivos.

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As categorias de severidade do evento de massas de ar quente, são classificadas pelo Inmet da seguinte forma: o estado de perigo potencial (cor amarela), de perigo (cor laranja) e de grande perigo (cor vermelha). Como no Nordeste as temperaturas normalmente já ficam acima dos 35 graus, com pouca variação, não é esperada o aumento da gravidade dos eventos, em regiões como o sertão nordestino, do Ceará e do Piauí, “pelo menos nos próximos dias", afirma Heráclio.

“Como estamos em períodos mais secos, não se descarta [a possibilidade]; Isso vai sendo acompanhado ao longo do período”, ele complementa. Atualmente, o Ceará está com predominância de alerta laranja, que se refere ao perigo de baixa umidade relativa do ar. Para se configurar como estado de emergência ou grande perigo, com eventos de onda de calor, é preciso passar mais de cinco dias com a temperatura máxima ultrapassando 5ºC da média do mês, segundo esclarece o meteorologista do Inmet.

Tempo mais quente provoca calor excessivo e risco de hipertermia

A frequência das massas de ar quente e do tempo mais seco, em dias consecutivos, podem provocar a alteração da temperatura corporal para níveis acima de 38°C. Com isso, o corpo chega a condição conhecida como hipertermia, que além de provocar calor excessivo e a desidratação, pode levar a riscos mais graves, como a morte. De acordo com a dermatologista Aracy Pontes, a condição é diferente da febre, porque ela altera a temperatura do corpo para níveis excessivos. Em alguns casos, pode chegar a mais de 40 graus.

Entre os primeiros sintomas da hipertermia está o suor, que é o mecanismo de defesa que tenta provocar a troca de calor e baixar a temperatura corporal. Quando ele é excessivo, causa o estado de desidratação pela perda de água do organismo. Com isso, a urina acaba sendo reduzida, o que também indica essa falta de hidratação, segundo explica a dermatologista. Outros sintomas são a dor de cabeça frequente, a sensação de moleza e fraqueza, a queda da pressão arterial e a confusão mental.

Para prevenir a hipertermia, Aracy recomenda alguns cuidados. Em dias mais quentes e de tempo seco, as pessoas devem evitar a exposição prolongada ao sol e priorizar ambientes refrigerados, se possível. Exercícios físicos também devem ser praticados em horários mais amenos. “O consumo da água é fundamental para prevenir a desidratação. E também o monitoramento da urina, se ela está mais clara e em maior quantidade, é sinal de que você está mais hidratado”, explica a médica, que é diretora do Centro de Dermatologia Dona Libânia. Ela acrescenta que as crianças e os idosos são o grupo mais suscetível à desidratação.

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O uso do protetor solar também é recomendado por Aracy, para os casos em que a exposição ao sol é inevitável. “A hidratação pelo uso de produtos hidratantes, aplicando sobre a pele, também é importante. O banho em água natural ou fria também é uma forma de tratamento da hipertermia, porque ajudar a reduzir essa temperatura corporal”, ela acrescenta. A dermatologista lembra que, também em dias de temperatura elevada, deve-se evitar o banho em água quente.

Serviço

Em caso de emergência, o Inmet recomenda que a população contate a Defesa Civil (telefone 199). Também deve ser aumentada ingestão de líquidos, evitar a prática de atividades físicas ao ar livre entre as 10h e 17h e usar protetor solar.

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