Criminosos teriam matado PM após desconfiarem que ele era agente de segurança

A morte do PM Frank Dellano de Almeida Nunes, de 25 anos, na madrugada do último dia 20 de setembro, em Cascavel, teria ocorrido, conforme apontam as investigações, pelo fato de ele ser policial militar. De acordo com Cláudia Oliveira Guia, delegada titular do 11ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os suspeitos teriam atirado após desconfiarem que a vítima se tratava de um agente de segurança. Três pessoas foram presas em flagrante pelo crime.

Um dos presos, José Miquéias da Silva, 19, é apontado como chefe da facção criminosa Comando Vermelho na região e foi autuado pelo crime de integrar organização criminosa. Já Romário Pereira Silvério, 25, e Lucas Salviano da Silva, 25, também foram autuados pelo mesmo crime e por latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Após o crime, o trio fugiu e solicitou ajuda de moradores da região. Três dias depois, decidiram se entregar. 

O crime

 

“Quando eles (os suspeitos) perceberam que a vítima estava armada - porque tinha uma pochete que guardava a arma particular, um revólver calibre 38 - eles perguntaram às outras pessoas quem era o homem e se ele era um PM”, conta. Os criminosos roubaram a arma do PM e, ainda de acordo com a delegada, foram bastante violentos com o policial. Segundo ela, os bandidos chegaram a efetuar outro disparo na porta do carro enquanto a vítima estava sangrando no chão, já inconsciente. “Eles perguntaram se havia dinheiro e foram bastante frios”, afirmou a delegada.

Ainda de acordo com a delegada, na madrugada do último domingo, 20, por volta das 2h40 no km 93 da BR-116, no município de Cascavel, o carro em que viajava o PM e dois amigos precisou parar. O trio ia em direção à cidade de Iguatu para participar de uma corrida de veículos e teve a viagem interrompida após um dos pneus furar. Eles precisaram descer do carro para verificar os danos. Nesse momento, segundo a Polícia, os três perceberam uma luz de lanterna vinda do matagal em direção a eles. Eram os criminosos que anunciavam o assalto.

O grupo é suspeito de ter realizado o mesmo método para assaltar outros veículos na região. Na mesma madrugada, por volta de 1 hora da manhã, eles teriam assaltado outro carro no mesmo ponto da rodovia, também usando os restos de pneus de caminhão para danificar o pneu dos veículos. “O objetivo deles era o roubo do veículo. Ao perceberem que a vítima estava armada e que se trataria de um PM, atiraram contra ele”, esclarece a delegada.

Fuga e prisão

 

Os suspeitos fugiram após o crime e percorreram, pelo menos, cinco localidades da região. Informações de populares, segundo a Polícia, apontaram que o disparo de arma de calibre 12 que atingiu o PM foi dado por Lucas. "Temos o conhecimento de que, desde o momento do crime, eles andaram por, pelo menos, cinco localidades, a pé, pedindo água e comida", diz o titular do Comando de Policiais do Choque Ronaldo Silva.

Em certa altura da BR, conseguiram furar o bloqueio da Polícia, pegaram um ônibus e foram até a DHPP. "Não consideramos uma apresentação espontânea porque eles compareceram à delegacia ainda em fuga. Antes, eles tentaram se comunicar com pessoas para conseguir veículos mas como os populares sabiam do fato criminoso, ninguém quis ajudar", conta o comandante.

Apesar de as detenções dos suspeitos ter se dado somente três dias após o crime, eles foram autuados em flagrante, de acordo com Ronaldo Silva, porque as buscas seguiram ininterruptas. Um adolescente foi apreendido na operação e a Delegacia da Criança e do Adolescente investiga a ação do jovem.

“O secretário da Segurança determinou força máxima ao comando geral da PM nessa ação no sentido de elucidar esse crime”, informa a delegada. Participaram das ações o Batalhão de Policiamento de Choque, o Batalhão de Divisas, o Comando Tático Rural (Cotar) e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).