Em dois anos de investigações, Polícia desarticula grupo interestadual suspeito de roubos a instituições financeiras

Ao longo desse período, seis pessoas foram presas, incluindo a detenção de um participante na última quarta. Um total de R$ 104 mil em dinheiro foi recuperado. Sexto componente do grupo foi preso na última quarta-feira

Seis pessoas foram presas e R$ 104 mil recuperados após dois anos de investigação da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) sobre uma quadrilha especializada em assaltos a instituições financeiras. O grupo também é apontado como responsável pelo sequestro de um gerente de banco. Na última quarta-feira, 16, a Polícia prendeu o sexto componente do grupo, José Alberto Casusa de Morais, 54, com antecedentes por homicídio, roubos e furto. Ele trabalhava na Ceasa e é apontado como responsável pelo levantamento de informações para as ações do grupo. Ele foi encontrado na avenida Contorno Sul, no Conjunto Industrial, em Maracanaú.

Batizada de Operação Mocassim, a ação tem o objetivo de desarticular um grupo especializado em ataques a carros-fortes e instituições financeiras, com atuação no Ceará e em outros estados. O nome da operação faz referência a uma modalidade de crime conhecida por “sapatinho”, que consiste em sequestrar o gerente de um banco ou pessoas da família para ter acesso a agências. Ao longo de dois anos, seis pessoas, incluindo o homem apontado como chefe do grupo, foram presas.

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Em março, a Polícia localizou João Saldanha de Pontes, 39, em um imóvel na Cidade Nova, em Maracanaú. Ele estava com quatro mandados de prisão em aberto por roubo e já tinha passagens pela Polícia por roubo e furto de veículo, receptação, constrangimento ilegal e por associação criminosa. O suspeito apresentou uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa, com a foto dele, mas com outro nome. Na residência, foram apreendidos um celular, encontrado jogado dentro da lixeira, e um veículo Fiat Fiorino. Ele foi autuado em flagrante por uso de documento falso e também é suspeito de integrar o grupo.

No dia 4 de outubro de 2019, o grupo havia entrado no radar dos investigadores após sequestro de um gerente de segurança de uma empresa de transporte de valores, no bairro Coaçu, em Fortaleza. Dois homens armados interceptaram o veículo do funcionário e o renderam. Algemado e sob grave ameaça, eles conduziram a vítima a um cativeiro, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. A intenção dos suspeitos, conforme apontam as investigações, era entrar na sede da empresa da qual o gerente trabalhava para ter acesso ao cofre. No entanto, por razões adversas à vontade deles, o grupo abortou o plano e liberou a vítima.

Treze dias depois, no dia 17 de outubro, os suspeitos participaram do assalto à agência de um banco privado, localizada na avenida Doutor Mendel Steinbruch, bairro Pajuçara, em Maracanaú. O grupo conseguiu abordar os vigilantes e o gerente da agência quando eles chegavam ao estabelecimento. Rendidas, as vítimas não esboçaram reação, e os suspeitos levaram uma quantia em dinheiro e fugiram em seguida.

No dia 18, após buscas, foi preso Edinardo Teixeira Oliveira 28, conhecido como Grandão ou Ventão. Ele tem passagens pela Polícia por tráfico e associação para o tráfico de drogas. Francisco Weyne Silva Freitas, 28, conhecido como Gordo, que não possuía antecedentes criminais, também foi preso. As detenções ocorreram nos bairros João XXIII e Conjunto Ceará. Os dois homens foram capturados em suas respectivas residências. A dupla foi indiciada por roubo majorado pelo emprego de arma de fogo e concurso de pessoas, sequestro, associação criminosa e resistência.

Além do roubo majorado em flagrante, Weyne também foi autuado por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e tráfico de drogas. No local onde Edinardo foi preso, os policiais encontraram R$ 20 mil escondidos no forro e em tomadas do imóvel. Nas duas prisões, os agentes apreenderam um revólver calibre 38, 210 gramas de cocaína, R$ 35,3 mil, além de 490 gramas de pó branco e dois veículos, sendo um Touareg e um Gol. De acordo com as apurações, o grupo criminoso estudou a rotina dos funcionários da agência antes de agirem do roubo.

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