Pesquisa cearense com maracujá-alho mostra resultados positivos para tratamento de Parkinson

Estudo é fruto de parceria entre Embrapa, Unifor e UFC e evidencia que a fruta tem poder ansiolítico, sedativo, anticonvulsivante e neuroprotetor, ajudando a controlar tremores ocasionados pela doença

Estudo desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade de Fortaleza (Unifor) e Universidade Federal do Ceará (UFC) apontou efeitos positivos de tratamento com maracujá-alho para reduzir tremores relacionados à doença de Parkinson e outros distúrbios relacionados a coordenação motora e ao sistema nervoso central. Neste primeiro momento, os testes foram feitos em animais.

A iniciativa de estudar o fruto foi motivada após os pesquisadores terem contato com conhecimentos populares que dizem que o chá da fruta seca é o mais indicado para o alívio de tremores no corpo. Os resultados da pesquisa foram publicados na revistas científicas “Food Research International” e no “Journal of Functional Foods” e comprovam valor dessa ainda pouco estudada espécie silvestre de maracujá, cujo nome nasceu da semelhança de aroma da fruta com o alho.

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De acordo com o pesquisador Nedio Jair Wurlitzer, da Embrapa Agroindústria Tropical do Ceará, o experimento demonstrou que o maracujá-alho não apresenta toxicidade, além de expressar efeito funcional promissor como agente ansiolítico, hipnótico-sedativo, anticonvulsivante e antitremor, possivelmente relacionados com os compostos fenólicos presentes no fruto.

“Os impactos potenciais dessa pesquisa se relacionam à oferta de um ingrediente funcional, com ação protetiva ou para controle de sintomas tipo tremor essencial ou parkinsonismo”, explica Wurlitzer. O pesquisador argumenta que o resultado abre novas possibilidades para empresas dos ramos de alimentação e saúde, bem como para produtores agrícolas interessados no cultivo da fruta.

A pesquisa

O estudo objetivou avaliar a composição química, toxicidade e efeito funcional em um modelo experimental para a doença de Parkinson. Os pesquisadores avaliaram a casca, a polpa e as sementes. Os sintomas da enfermidade neurodegenerativa foram induzidos em ratos de laboratório e tratados com doses diárias da fruta por 21 dias.

Os animais que receberam doses de maracujá-alho apresentaram diminuição na atividade locomotora sem alterações na coordenação motora, indicando ação sedativa sem relaxamento muscular. Também apresentaram aumento no comportamento de exploração, indicando uma atividade ansiolítica.

Na avaliação do efeito anti-tremor, os testes comportamentais indicaram que o consumo de maracujá-alho causou melhoria e possível efeito de recuperação dos danos. “Os resultados obtidos no nosso estudo foram muito importantes, pois evidenciaram que além da ausência de toxicidade, o maracujá-alho possui efeito ansiolítico, sedativo, anticonvulsivante e neuroprotetor, tornando-o uma fonte promissora de compostos funcionais com efeitos no sistema nervoso central”, explica a pesquisadora da Unifor Adriana Rolim.

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