Escolas públicas estaduais não voltam às aulas presenciais em setembro

Secretária da Educação do Estado declarou, na manhã desta quarta-feira,2, que não há cenário para reabertura

15:39 | Set. 02, 2020

Por: Ítalo Cosme
Investida dos profissionais junto ao parlamentar justifica-se pelo fato de ter sido Idilvan um dos responsáveis pela criação do cargo comissionado ainda em 2013 (foto: Bárbara Moira)

Atualizado às 18h29min

A possibilidade de retorno das aulas presenciais em setembro está cada vez mais distante para a rede pública. Durante a manhã desta quarta-feira, 2, a titular da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), Eliana Estrela, declarou que “não há cenário para reabertura das escolas em setembro.” A afirmação ocorreu durante reunião com o Sindicato dos Servidores Públicos Lotados nas Secretarias de Educação e de Cultura do Estado do Ceará e nas Secretarias ou Departamentos de Educação (Apeoc).

Em nota, a Seduc não comentou a afirmação da titular, mas reforçou que analisa todas as possibilidades que se mostrarem viáveis e ofereçam oportunidades para evitar prejuízos ao processo de ensino e aprendizagem.  "A reunião realizada com o Sindicato Apeoc tratou de assuntos relacionados ao retorno presencial. Mesmo sem data prevista, foi ressaltada a importância da organização da rede para quando for possível. Haverá a continuidade do diálogo que objetiva essa construção para um retorno com segurança."

A Apeoc esteve na mesa permanente de negociação com o Governo do Estado para apresentar o posicionamento de que não deve retornar caso os profissionais sejam convocados. A deliberação ocorreu após plenárias em todo o estado entre terça e quinta-feira da semana passada.

Conforme o presidente da entidade, Reginaldo Pinheiro, a secretária Eliana Estrela se comprometeu em consultar e negociar com o sindicato a melhor forma de retorno das aulas. A proposta apresentada pelo representante da categoria foi pelo investimento na infraestrutura das escolas, melhorias para alunos e professores no ensino remoto e continuidade da suspensão das aulas presenciais até que o cenário epidemiológico garanta segurança no retorno.

“Nós queremos voltar. Sabemos das dificuldades do ensino remoto, mas não pode ser de qualquer forma. Não podemos arriscar porque se trata de vida. Para isso ocorrer, tem de ser com segurança sanitária. Por isso, queremos mais investimos na educação, na escola e nas aulas remotas, assim evitar que venha uma segunda onda ou um aumento de casos e vítimas da Covid-19”, comentou Reginaldo.

Em nota, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) informa que ainda não é possível adiantar quando será o retorno nas escolas públicas, nem os protocolos para esse retorno, conforme aconteceu em todas as fases anteriores.

Além disso, a pasta frisa que todas as decisões do Plano de Retomada Responsável das Atividades Econômicas e Comportamentais são baseadas em estudos epidemiológicos e relatórios realizados pelo Comitê da Saúde onde são compartilhadas com o comitê ampliado que reúne o Governo do Ceará, Prefeitura de Fortaleza, Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa, Ministério Público Estadual e Federal. Há constante diálogo com as instâncias envolvidas em cada fase do plano.

Na Capital, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute) aprovou, nessa segunda-feira, 31, indicativo de greve dos professores municipais caso aulas presenciais retornem em Fortaleza. A medida foi aprovada durante votação em assembleia, após Governo acenar para um possível retorno ao liberar, entre outros, a atividade presencial em creches e em instituições da educação infantil privada.