Agosto de 2020: região Norte do Ceará registra maior número de incêndios dos últimos seis anos
Até 26 de agosto de 2020, região Norte do Ceará registrou 204 incêndios, dos quais 181 foram em Sobral
13:21 | Ago. 27, 2020
O mês de agosto de 2020 já registra o maior número de incêndios na região Norte do Ceará dos últimos seis anos. Até dia 26 de agosto, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), por meio da 1ª Companhia do 3º Batalhão de Bombeiro Militar, atendeu a 204 ocorrências de incêndios em vegetação na área, das quais 181 aconteceram apenas em Sobral.
São 84 atendimentos a mais do que em todo o mês de agosto de 2019, quando o CBMCE enfrentou 120 focos de incêndio. A última vez que o número foi tão alto foi em agosto de 2016, com 183 focos - 21 a menos que em 2020.
“Este ano mais de 90% dos focos são criminosos ou por negligência e imprudência de pessoas durante preparação para plantio”, comenta o tenente coronel Nijair, do comandante 4° Batalhão de Bombeiro Militar. Ele comparou a situação com 2019, quando o Corpo de Bombeiros atendeu mais de dez mil focos de incêndios no Ceará: “Nenhum natural, todos focos decorrentes da ação humana. E nós tivemos apenas uma denúncia, em mais de dez mil focos. Essa pessoa denunciada não foi presa”, explica.
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Segundo ele, a conscientização e educação das pessoas é a maneira de reduzir o número de incêndios a longo prazo. No entanto, diz, é preciso reforçar a importância da denúncia para punir e inibir incêndios propositais. “A questão educativa e preventiva é mais demorada. O que podemos fazer de imediato? Como não conseguimos a parte preventiva, pelo menos temos que fazer a punitiva”, frisa.
Para denunciar, basta ligar para o número 181, o Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). A pasta garante o anonimato dos denunciantes.
Ele explica que os incêndios causados por humanos têm características peculiares e são identificados a partir da análise das circunstâncias ambientais e climáticas do local afetado. Ele ilustra com um foco de incêndio iniciado em Icó, no final da tarde e com ventos leves - condições anormais para uma queimada de causas naturais. “Apenas 1% dos acidentes do planeta Terra inteiro são provocados pela natureza. O resto é tudo o homem. Então quem tem que melhorar somos nós”, conclui.