Fiocruz Ceará inaugura atividades em novo bloco de pesquisas da instituição

O laboratório será utilizado por pesquisadores, doutorandos e mestrandos de instituições parceiras da Fiocruz, para produzir conhecimento e desenvolvimento de novas ações e estratégias de divulgação científica

14:54 | Jul. 17, 2020

Por: Ismia Kariny
Bloco de pesquisa da Fiocruz Ceará. (foto: Divulgação)

O Bloco de Pesquisas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Ceará começou a ser ocupado nesta semana. Conforme a Fiocruz, o equipamento é um centro de excelência em pesquisas biomédicas e desenvolvimento de produtos biotecnológicos. Uma das linhas desenvolvidas no centro de pesquisa se refere ao uso de imunobiológicos no tratamento de doenças infecciosas, neurodegenerativas e envenenamento por animal peçonhento.

As atividade no Bloco começaram na última terça-feira, 14. O equipamento fica localizado no segundo andar da Instituição, onde ficam as Plataformas de Anticorpos/Nanocorpos e Nanotecnologia, duas das quatro plataformas multiusuário desenvolvidas na área de biotecnologia. De acordo com a Fiocruz, a ocupação do centro de pesquisa segue um conceito multiusuário. Ele é dividido em plataformas, de forma a otimizar o espaço e o compartilhamento de equipamentos e recursos, além de promover maior integração das equipes,

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A plataforma de Anticorpos e Nanocorpos, por exemplo, atua na área de engenharia de proteínas para a geração de insumos de base biotecnológica, que são aplicados em ações terapêuticas ou no diagnóstico de doenças. “[A plataforma] utiliza os conhecimentos gerados pela Plataforma de Bioinformática e realiza ensaios experimentais na bancada do laboratório para o desenvolvimento de biofármacos, sejam inovadores ou melhorados (biobetters) derivados de medicamentos comerciais”, detalha a Fiocruz.

Outra abordagem é a busca por estratégias a serem aplicadas em terapia celular para o tratamento de câncer. Segundo a Fiocruz, em uma das linhas de pesquisa, desenvolvida em parceria com a Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará,foi descoberto que anticorpos de camelídeos são mais resistentes às variações de temperatura. O estudo também inclui as lhamas, e destaca que os anticorpos reconhecem diferentes antígenos de forma mais eficiente, quando comparados a anticorpos humanos.

Já a plataforma de Nanotecnologia do centro de pesquisa atua no desenvolvimento, caracterização e avaliação de partículas em escala micro e nanométrica, permitindo o desenvolvimento de tecnologias de medicamentos melhorados e inovadores. “Os estudos buscam projetar, desenvolver e testar complexos nanoestruturados biocompatíveis para o tratamento do câncer e doenças negligenciadas”, destaca a Fundação em nota.

O Bloco de Pesquisa deve receber novas plataformas até 2021

O equipamento tem quatro pavimentos, sendo o térreo e três andares. Até 2021, serão instaladas novas plataformas de Bioinformática, Epidemiologia Molecular e Imunoparasitologia e Proteômica. Também serão construídos laboratórios de Saúde Digital, de Bio-Manguinhos, e o escritório que vai coordenar a implantação do Distrito de Inovação do Eusébio, que tem a Fiocruz Ceará como âncora.

“O projeto de adaptação do prédio deve ficar pronto até setembro. Ele atende às especificações dos pesquisadores e às exigências legais relacionadas à biossegurança e qualidade. Uma equipe da Cogic trabalha nas soluções de instalação da estação de tratamento de água e da central de ar-condicionado para a execução final do projeto”, detalha a Fiocruz em nota.

Ensino

O laboratório deve ser utilizados por cerca de dez estudantes de programas de pós graduação, em parceria da Fiocruz com outras instituições como a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Rede Renorbio. De acordo com a Fundação, a turma de doutorado em Biotecnologia e Saúde possui 12 alunos que irão executar suas atividades experimentais nas dependências dos laboratórios pelos próximos três anos.

“Pesquisadores, doutorandos e mestrandos irão trabalhar juntos na produção de novos conhecimentos que visam incrementar o diálogo dos campos da saúde, da ciência e da tecnologia com a sociedade, impulsionando o desenvolvimento de novas ações e estratégias de divulgação científica”, salienta a Fundação Oswaldo Cruz, em nota.