Entenda por que nuvem de poeira do Saara poderá deixar céu mais alaranjado no Ceará
Estado não deve ser afetado diretamente pela areia, mas possível mudança de cor no céu pode ocorrer
14:38 | Jun. 25, 2020
Os cearenses poderão notar o nascer ou o pôr do sol mais alaranjado que o normal nos próximos dias. O motivo será a densa nuvem de poeira que se desloca proveniente do deserto do Saara, na África. Ainda que remota, a possibilidade existe, conforme a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Um atualização da Global Modeling and Assimilation Office (GMAO), da NASA, mostra o avanço do fenômeno, que tem camadas de partículas entre três e cinco quilômetros de espessura. No vídeo, é possível observar a corrente de ar passando um pouco acima da costa do Ceará nesta quinta-feira, 25.
Meiry Sakamoto, gerente de Meteorologia da Funceme, explica que, durante o amanhecer ou o entardecer geralmente enxergamos o céu com uma cor mais alaranjada porque, com o sol mais próximo do horizonte, os raios solares atravessam uma camada maior da atmosfera.
Dessa forma, uma atmosfera mais poluída de partículas como poeira, ou mesmo fumaça, por exemplo, "pode contribuir para um pôr do sol mais avermelhado já que aumenta a dispersão na cor vermelha, proporcionando um belo amanhecer ou um belo entardecer", segundo a especialista.
De acordo com modelos de previsão da Sede da Região Leste do Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos, Fortaleza está na "periferia" da nuvem de poeira saariana, conhecida também como "nuvem de poeira Godzilla". Assim, a Capital não deve sofrer consequências mais intensas além dessa possível mudança na cor do céu.
Cuida. Saiu atualização da Global Modeling and Assimilation Office (GMAO), da @NASA, sobre o avanço da poeira do Saara.
Quanto mais escuro, maior o número de partículas de poeira. Resultados mostram, mais um vez, que a Godzilla deve ter feito de uma tijubina se encostar aqui. pic.twitter.com/za8DLAu9jE
A nuvem de poeira que se desloca da África em direção ao Caribe é uma massa de ar seco carregada de partículas de areia que se forma sobre o deserto do Saara nesta época do ano.
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Sakamoto acrescenta que, normalmente, a movimentação da nuvem é em direção a Oeste, e o fenômeno costuma de ser de curta duração, não ultrapassando uma semana. No entanto, a presença de ventos pode fazer com que a nuvem cruze o Oceano Atlântico e percorra mais de 10 mil quilômetros.