Confira a situação das unidades policiais durante mobilização de PMs
É possível encontrar portas fechadas nos batalhões e veículos com pneus secos
12:29 | Fev. 19, 2020
Desde as últimas horas desta terça-feira, 18, e as primeiras desta quarta-feira, 19, unidades policiais concentram ações de paralisação de policiais militares, bombeiros e esposas de agentes das categorias. O POVO acompanha a situação dos Batalhões em Fortaleza e Região Metropolitana.
No 18° Batalhão de Polícia Militar, no bairro Antonio Bezerra, a rua Anário Braga e as vias do entorno estão interditadas com viaturas com pneus furados. Policiais com rostos cobertos e esposas se encontram no local protestando. Os vizinhos relatam a dificuldade de circular pelas ruas e tirar os carros da garagem, mas aprovam o movimento.
No 17° Batalhão da PM, no bairro Conjunto Ceará, ao menos cinco viaturas e 10 motos estão paradas. O POVO apurou que, na noite dessa terça, o Comando Tático Motorizado (Cotam) retirou viaturas que estavam paradas no pátio do 17º BPM, que teria solicitado viaturas para substituir as paradas.
Em Messejana, o 16° BPM está fechado e, no pátio, viaturas e motos paradas se acumulam. Além de veículos, esposas, policiais e bombeiros estão no local. Ao lado, a unidade do Corpo de Bombeiros também amanheceu com portas fechadas e carros recolhidos. Nas duas unidades, nenhum agente se pronunciou.
Já no 12°BPM, em Caucaia, há pouca movimentação de populares nas ruas. 25 esposas mantém "presos" os policiais e impediram a saída dos agentes plantonistas. No pátio, diversos veículos se encontram com os pneus furados. No local, apenas a rua Coronel João Licínio está fechada com as viaturas, as demais vias continuam com livre circulação. Os moradores das proximidades, entretanto, têm evitado sair e falar sobre a situação.
Entenda a situação
Diante de uma crise salarial, policiais militares, bombeiros e esposas se articulam visando promover um reajuste salarial que atenda as demandas da categoria. Após a primeira proposta de pacote divulgada na última sexta-feira, 31 de janeiro, as associações protestaram em frente a Assembleia Legislativa (ALCE). No mesmo dia, parlamentares considerados como representantes dos agentes de segurança foram recebidos pelo governador Camilo Santana (PT), no Palácio da Abolição.
A desembargadora Francisca Adelineide Viana suspendeu, no último dia 5, decisão que proibia a prisão de policiais e bombeiros militares do Estado. A ação era da Associação das Praças do Estado do Ceará (ACSMCE) e a decisão direcionada ao Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado do Ceará e comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará, além do Controlador Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública.
Em nova reunião, que aconteceu na quinta-feira, 13, o acordo prevê o pagamento de R$ 346 milhões em reajuste salarial a policiais militares e bombeiros. Outros R$ 149 milhões oriundos de gratificações, como horas extras e recompensas, serão incorporados ao salário, totalizando gastos de R$ 495 milhões. Esse valor será pago em três parcelas; em março de 2020 (40%), março de 2021 (30%) e março de 2022 (30%). Agora, o salário final do soldado ficará de R$ 4.500 ao final de 2022, um acréscimo de quase R$ 300 acima do sugerido pela proposta inicial.
>> Governo e policiais chegam a um acordo sobre reajuste salarial
Na tarde de ontem, 17, o Ministério Público do Ceará (MPCE) entrou com uma Ação Civil Pública (ACP) contra associações de segurança pública em virtude da possibilidade de paralisação dos serviços. Foram notificadas pelo Ministério: Associação dos Profissionais de Segurança Pública (APS), Associação dos Praças do Estado do Ceará (Aspra), Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Ceará (Assof), Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (Aspramece) e Associação Beneficente dos Subtenentes e Sargentos (ABSS).
>> MP entra com ação contra entidades de militares por ameaça de greve no Ceará
Durante reunião na Assembléia Legislativa nesta terça-feira, 18, o Governo afirmou que "vai honrar o que foi combinado" sobre a tramitação da nova proposta salarial. Segundo o líder do governo na AL-CE, Júlio Cesar Filho, o projeto de reajuste salarial será mantido e, se não tiver pedido de vistas, poderá ser votado já na quinta-feira, 27, após o carnaval.
Acompanhe a cobertura do protesto dos policiais
19/2 - 11h48min - Protocolada CPI na Assembleia para investigar associações de militares
19/2- 10h16min - Ruas de batalhões da Polícia Militar são bloqueadas com viaturas
19/2 - 9h59min - Esposas mantêm policiais "presos" em Batalhão em Caucaia
19/2 - 6h05min - Ônibus circulam normalmente nesta manhã em Fortaleza
19/2 - 0h40min - Presidente da Associação dos Profissionais de Segurança pede exoneração do cargo
18/2 - 23h18min - Batalhão de Polícia de Caucaia tem portões fechados e viaturas paradas
18/2 - 22h13min - Policiais envolvidos em atos não receberão o próximo salário
18/2 - 21h18min - Policiais civis não aderem à paralisação, diz sindicato da categoria
18/2 - 21h07min - Policiais foram presos em flagrante e autuados em artigo do Código Penal Militar
18/2 - 13h30min - Noelio nega movimento grevista e acusa ação do MP de "pressão da Justiça"
17/2 - 11h52min - MP entra com ação contra entidades de militares por ameaça de greve no Ceará
14/2 - 1h30min - Policiais não aceitam proposta de reajuste acordada em reunião
13/2 - 16h38min - Governo e policiais chegam a um acordo sobre reajuste salarial
10/2 - 15h16min - Noelio diz que definição de novos salários precisa sair até Carnaval
10/2 - 18h13min - Sem acordo, policiais, bombeiros e Governo marcam nova reunião
6/2 - 14h43min - Governo convoca reunião imediata para discutir proposta com manifestantes
6/2 - 11h26min - Manifestantes bloqueiam avenida em protesto à reestruturação salarial
6/2 - 10h20min - Policiais e bombeiros fazem protesto em frente à Assembleia; via é interditada