GPS de carro usado em assassinato do prefeito de Granjeiro foi retirado dias antes do crime

As investigações policiais apontam o GPS foi removido antes que o carro fosse para Granjeiro, dificultar a localização do Volkswagen Polo

O homem suspeito de envolvimento com o assassinato do prefeito de Granjeiro, preso segunda-feira, 27, em Barreirinhas, no Maranhão, manteve por oito dias o carro utilizado na morte do prefeito e foi responsável por retirar o rastreador GPS do veículo. Carlos César Gonçalo de Freitas, 45, foragido da Justiça cearense, foi preso com drogas, dinheiro e dois veículos. O prefeito João Gregório Neto foi morto a tiros no dia 24 de dezembro. 

Carlos César está foragido do sistema penitenciário desde o fim de 2018. Ele tem antecedentes criminais por homicídio, associação criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico e associação para o tráfico de drogas.

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 O carro, de modelo Volkswagen Polo, foi apreendido no dia 16 de janeiro, em Timon, no Maranhão. O automóvel, que estava com restrição de roubo/furto, foi encontrado sem as placas originais e já estaria sendo colocado à venda. 

Antes da apreensão do carro apontado como o transporte dos assassinos do prefeito, a Polícia Civil do Ceará (PCCE) identificou um homem que estava trafegando com o carro em Teresina, no Piauí. Ele já tinha negociado o carro com uma revenda de veículos maranhense. Outros dois suspeitos de envolvimento no crime, Carlos Alberto Ferreira Cavalcanti e Rondinere Francino de Andrade, foram presos e autuados em flagrante por receptação. 

Localizador GPS

 

Carlos César confessa que permaneceu com o Volkswagen Polo por oito dias, mas nega participação direta no homicídio. As investigações policiais apontam que ele retirou o GPS antes que o carro fosse para Granjeiro. O objetivo seria dificultar a localização do veículo.

O diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior-Sul (DPJI-Sul), Ricardo Pinheiro, diz acreditar na possibilidade de a prisão de Carlos levar a novos envolvidos no crime, ainda que sejam os responsáveis intelectuais. “A um processo que vai ser judicializado, a gente precisa ter provas bem robustas. A gente está juntando muitas provas técnicas em cima disso. Inclusive, laudos periciais e materiais biológicos”.

Suspeitos políticos

 

O secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, André Costa, divulgou que já foram encontrados indícios apontando uma desavença política como motivo do crime. 

No último dia 9 de janeiro, a Polícia então pediu a prisão do atual prefeito de Granjeiro, Ticiano Tomé, e do pai dele, Vicente Félix de Souza, 60. A Justiça, porém, não deferiu o pedido, resultando apenas na determinação da utilização de tornozeleira eletrônica por Vicente, que é ex-prefeito da cidade.

Um segundo veículo apontado nas investigações, modelo Chevrolet S-10, de propriedade de um parente de Vicente, foi apreendido no mesmo dia. 

Demora nas investigações

 

Em coletiva de imprensa, nesta quarta, na sede do Complexo de Delegacias Especializadas (Code), em Fortaleza, Sergio Pereira, delegado-geral adjunto da Polícia Civil do Ceará (PCCE) pediu “confiança e paciência” à população. “Para um resultado exitoso na investigação, é necessário tempo para produzirmos a prova”.

Coletiva foi realizada nesta quarta, 29
Coletiva foi realizada nesta quarta, 29 (Foto: LUCAS BRAGA/O POVO)

Ricardo Pinheiro, diretor do DPJI-Sul, disse que não é possível estabelecer data final para conclusão do inquérito. “A investigação está andando, fluindo. Prisões estão sendo realizadas. A gente está conseguindo esclarecer muita coisa”, declarou.

No dia 24 de janeiro, em protesto por conta da demora na resolução do crime, população e familiares do político reuniram-se em frente ao fórum da cidade vizinha à Granjeiro, Caririaçu, a 503 km de Fortaleza. Eles pediram justiça e cobraram investigações mais efetivas. 

“São dias de muita angústia para toda a família e a população de Granjeiro, queremos que os culpados possam ser punidos”, destacou Antônio Gregório, primo da vítima.

A Polícia Civil não divulga mais informações ainda “para não comprometer o andamento das investigações”, mas pede denúncias via Disque-Denúncia, no número 181, ou ainda para o número (88) 3102-1116, da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte. O sigilo e o anonimato são garantidos.

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