Além de João do Povo, outros três prefeitos em exercício foram assassinados no Ceará em 30 anos
O prefeito de Granjeiro, João Gregório Neto (PL), 54, foi morto na manhã desta terça-feira, 24, enquanto caminhava
14:34 | Dez. 24, 2019
Prefeito de Granjeiro, o empresário João Gregório Neto (PL), conhecido como João do Povo, foi assassinado nesta terça-feira, 24, véspera de Natal. A vítima, de 54 anos, levou três tiros no início da manhã enquanto caminhava no entorno do açude Junco. Nas últimas três décadas, pelo menos outros três prefeitos foram mortos durante o mandato no Ceará.
João do Povo era investigado pela Polícia Federal (PF), no âmbito da Operação Bricolagem, que investigava fraudes em licitações. Em 2018, a PF informou ele havia movimentado mais de R$ 26 milhões em uma conta de um familiar que era beneficiado por aposentadoria rural. Na casa da então prefeito, a PF encontrou R$ 213 mil escondidos em caixas de sapato.
Almir Dutra (1987), Maracanaú
Eleito o primeiro prefeito de Maracanaú em 1984, Almir Dutra, ex-vice-prefeito de Maranguape, foi assassinado em fevereiro de 1987, quando estava em uma churrascaria comemorando o casamento de um amigo. O acusado de ser o mandante do crime foi o então vice-prefeito, José Raimundo. Tasso Jereissati, governador do Ceará à época, determinou intervenção no município que resultou no afastamento de José Raimundo do cargo. Dez anos depois, ele foi condenado e preso pela morte de Dutra.
Antônio Gaudêncio (1996), Irauçuba
Em 1996, o prefeito de Irauçuba, Antônio Gaudêncio de Anário Braga, foi encontrado morto a cerca de 10 km da sede do Município, num local conhecido como Fazenda Costa. Ele morreu com um tiro na boca dentro do próprio carro. Gaudêncio vinha sendo acusado de irregularidades administrativas. A investigação considerou possibilidade de homicídio ou suicídio.
João Jaime (1998), Acaraú
João Jaime Ferreira Gomes Filho, então prefeito de Acaraú, foi morto a tiros aos 53 anos em 8 de maio de 1998, em Fortaleza. Seis anos antes, o médico fez uma gravação em fita cassete acusando os primos Aníbal Gomes, Manoel Duca da Silveira, o Duquinha, e Amadeu Ferreira Gomes Filho, conhecido como Amadeuzinho, de assassinarem o empresário Afonso Fontes, que disputaria o cargo de deputado federal em 1986 com Aníbal.
Dois pistoleiros, Francisco de Assis Mendes Barbosa e André de Castro Neves Feitosa, cumpriram pena de 15 e 17 anos, respectivamente, pelo crime. Inquérito policial concluiu que a dupla tinha ligação com os primos do prefeito.