Pesquisadores da Fiocruz coletam mariscos em Fortim para análise de impactos do petróleo
Ação foi solicitada pelas próprias moradoras e contou com a participação dos pesquisadores do Labomar
13:49 | Nov. 27, 2019
Atualizada no dia 28/11/13
Por Ítalo Cosme, enviado a Fortim
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz Ceará (Fiocruz/CE) estiveram na praia de Fortim, Litoral Leste do Ceará, na manhã desta quarta-feira, 27, recolhendo amostras de mariscos. O material coletado será utilizado para medir os impactos que o petróleo cru tem gerado no meio ambiente do Estado desde o dia 30 de outubro. Peixes e camarão também serão colhidos.
Ação foi solicitada pelas moradoras da região. A preocupação de pescadores e marisqueiras é dos impactos na saúde dos moradores. Uma vez que esse é a única fonte para alimentação dos habitantes da região.
"Serão analisados água, sedimentos e pescados. Para a análise dos pescados foram escolhidas cinco espécies que são consideradas representativas e que ocorrem em toda a costa cearense. São três de peixe, uma de camarão e uma de marisco", explica Margarete Gallo, farmacêutica da área de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz/CE.
O "Produção de indicadores para avaliação das condições de vida das famílias e acesso aos serviços de atenção primária em territórios do litoral e do sertão do Ceará e do Rio Grande do Norte" é coordenado pela pesquisadora Vanira Pessoa. Assinado em dezembro de 2018, o trabalho de campo começou em abril deste ano. Quando houve o acidente com o petróleo, a pesquisa foi ampliada para atender as comunidades atingidas.
A expectativa é de que os resultados possam ajudar ao consórcio entre o Núcleo de Tecnologia Industrial (Nutec), a Estadual do Ceará (Uece) e o Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC) com intermédio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema).
Os pescados Serra, Ariacó, Sardinha, Camarão e Sururu serão monitorados não só em Fortim, mas também nas prais de Icapuí, Aracati, Cascavel, Fortaleza, Caucaia, Paracuru, Acaraú e Barroquinha. "Esse monitoramento será feito por seis meses. Água e sedimentos serão coletados toda semana e os pescados, uma vez por mês", explica Margarete. Caso duas análises seguidas realizadas em cada ponto resultem em taxas normais, novas praias poderão ser escolhidas. A expectativa é de que em seis meses sejam realizados 1.620 ensaios com as coletas.
De três a cinco peixes de mesmo tamanho serão coletados em cada ponto e, em seguida, partes do meio dos animais serão fracionadas de forma a somar 500 gramas. Já de sururu serão recolhidos 50 animais de forma a totalizar 200 gramas de carne. De camarão, serão 500 gramas. A metodologia corresponde ao preconizado pela Agência de Proteção Animal dos Estados Unidos.